O Fundo Monetário Internacional estará a considerar entrar finalmente no terceiro resgate à Grécia com entre 3 a 6 mil milhões de euros, avança a agência Bloomberg, que diz que o valor reduzido do empréstimo seria para mais facilmente convencer a administração do Fundo a aprovar a entrada em mais um resgate.

Depois de um ano e meio de incerteza, o FMI já estará a discutir as modalidades da sua participação no terceiro resgate, uma condição imposta pelos parceiros europeus, em especial a Alemanha, para a continuação do apoio europeu a Atenas.

De acordo com a Bloomberg, que cita duas fontes não identificadas, diz que nesta altura está em discussão um apoio entre 3 e 6 mil milhões de euros, significativamente abaixo dos valores com que o Fundo se comprometeu no primeiro e no segundo resgate.

O valor baixo seria uma forma de convencer a administração do Fundo a aprovar mais um resgate do FMI a Atenas, naquela que tem sido uma relação muito conturbada e que não promete ficar mais simples.

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Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, não quer a participação do Fundo, a quem acusa de querer exigir mais austeridade, que considera desnecessária, que será contraprodutiva. Tsipras só quer lidar com os países europeus, que não aceitam que o Fundo fique de fora devido à experiência vasta neste tipo de programas em todo o mundo.

No entanto, o primeiro-ministro grego também não tem a vida facilitada internamente. O apoio de que foi gozando desde as eleições em janeiro de 2015, e que lhe permitiram ser reeleito em setembro de 2015 mesmo depois de aceitar mais um programa depois de o voto popular que o próprio decidiu convocar ter ditado o não ao resgate.

No Parlamento grego, a Nova Democracia, o principal partido da oposição, deixou uma mensagem clara ao primeiro-ministro grego: não terá o apoio da oposição para continuar a governar.

Numa altura em que Tsipras tem de conseguir fazer aprovar mais medidas para conseguir fechar a segunda revisão em mais de ano e meio de programa, e assim receber a parte do empréstimo necessária para continuar a sobreviver, o maior partido da oposição pede novas eleições e garante que votará contra medidas de consolidação orçamentais “excessivas”.