O ex-conselheiro para a Segurança Nacional dos EUA, Michael Flynn, foi pago para representar os interesses da Turquia durante a campanha de Donald Trump e já no cargo de seu conselheiro, conta o The New York Times.

Michael Flynn atou como “agente estrangeiro” da Turquia, representando os interesses do governo de Erdogan, em troca de mais de 500.000 dólares. Flynn foi contratado pelo empresário Ekim Alptekin, com ligações ao governo turco, para investigar Fethullah Gulen, um clérigo turco que vive na Pensilvânia acusado de ter instigado o golpe de Estado falhado na Turquia, em julho do ano passado.

Flynn registou-se no Departamento de Segurança como lobista no ano passado mas foi apenas esta terça-feira que revelou ter trabalhado como agente estrangeiro. É que existe uma lei de registo de agentes estrangeiros, estabelecida em 1938, que requer que os indivíduos que atuem como colaboradores de governos devem declarar publicamente as suas funções e relações.

Numa carta enviada ao departamento de Justiça, o advogado de Flynn, Robert K. Kelner, defendeu que o ex-conselheiro de Trump não se registou como agente estrangeiro porque a empresa que o contratou não era um governo estrangeiro: a holandesa Inovo, propriedade de Alptekin. Flynn decidiu registar-se agora para “eliminar qualquer potencial dúvida”, explicou o advogado.

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A Casa Branca garante que Donald Trump não tinha conhecimento do trabalho de Flynn para o governo turco. Contudo, a Associated Press diz que a administração Trump teve conhecimento da situação antes da tomada de posse.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, defendeu:

Ele era um cidadão particular na altura. E quanto tu és um cidadão particular, estás autorizado a realizar atividades legais. (…) Acho que não há nada de nefasto em fazer qualquer coisa que seja lega, desde que a devida documentação seja arquivada”, cita o The New York Times.

Ekim Alptekin também já reagiu, através do Twitter, referindo que ninguém remotamente ligado ao governo da Turquia sabia do papel de Flynn e que não teve a intenção de fazer nenhum lobby:

Michael Flynn vê-se mais uma vez envolto em polémica, depois de renunciar ao cargo de conselheiro para a Segurança Nacional dos EUA por negar contactos que mantinha com a Rússia.