O administrador da Centroliva, Nuno Branco, explicou hoje que a empresa não foi encerrada, mas a sua laboração suspensa e adiantou que após a conclusão do investimento que está a ser feito, a situação voltará à normalidade.

“Nós somos uma empresa cumpridora. Aquilo que estamos a instalar, aliás o investimento está a 15 dias de ser terminado e a situação voltará à sua normalidade. A Centroliva é uma empresa cumpridora e vai cumprir”, afirmou à agência Lusa, o administrador Nuno Branco.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) decidiu na sexta-feira, com base no risco para o ambiente e para a saúde pública e como medida cautelar, determinar que fossem desligadas as caldeiras da unidade fabril, sendo que a cessação desta medida cautelar só poderá ocorrer após verificação de que não há perigo grave para o ambiente e qualidade do ar.

“Em ação de fiscalização realizada pela CCDR Centro, a 7 de março, foram efetuadas medições dos efluentes gasosos das duas fontes de emissão da empresa. (…) Nessa ação de inspeção verificou-se o incumprimento, por parte da empresa, dos valores limite de emissão aplicáveis aos poluentes partículas, monóxido de carbono e compostos orgânicos”, lê-se num comunicado do Ministério do Ambiente.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A empresa dedica-se ao processamento de bagaço e produção de energia e em fevereiro de 2016, tinha sido intimada a “adotar as medidas necessárias” ao exercício da sua atividade “sem incumprimentos ambientais”.

Após o prazo de 30 dias, o Ministério do Ambiente decidiu que a Centroliva tinha dado cumprimento a todas as determinações constantes no mandado, pelo que manteve o funcionamento da unidade fabril.

Agora, um ano depois, a laboração da empresa foi interrompida cautelarmente pela CCDRC com base numa ação de fiscalização realizada no dia 07 de março.

Nuno Branco garantiu à Lusa que a empresa não vai fechar: “Vou defender ao limite os 40 postos de trabalho que tenho e os fornecedores, muitos dos quais vivem exclusivamente da empresa. É uma questão de honra”.

O administrador da Centroliva explicou ainda que aquilo que está neste momento em causa é a instalação de filtros de mangas, trabalho esse que já está a ser realizado e que daqui a 15 dias estará concluído.

Este é um investimento de 290 mil euros que segundo o responsável da empresa deixará a unidade fabril equipada com o que há de mais evoluído no país.

“A minha colaboração e disponibilidade é total para fazer tudo o que for preciso para resolver o problema e manter a empresa em funcionamento”, frisou.

Nuno Branco realçou também que entre outubro de 2015 e dezembro de 2016, o investimento feito na Centroliva, só a nível ambiental, ronda os 1,3 milhões de euros.

A empresa processa anualmente mais de 100 mil toneladas de bagaço, tem mais de 200 fornecedores cuja maioria são da zona Centro e, segundo o seu administrador, “tem um impacto económico na região muito significativo”.