Uma berlina de luxo desportiva, com um inovador sistema de propulsão, apontado aos homens de negócios adeptos da perfeição e da elegância. Assim define, sucintamente, a Pininfarina o H600, um protótipo que criou para o Hybrid Kinetic Group (HKG), de Hong Kong, empresa dedicada às energias alternativas e à mobilidade sustentada.

A solução de propulsão adoptada pelo H600 é fornecida pelo HKG. Embora a informação seja um pouco escassa, a Pininfarina sempre adianta que os motores eléctricos garantem uma vectorização do binário em todas as rodas, do que se depreende que sejam quatro as unidades motrizes. A potência combinada anunciada é superior a 680 cv, o suficiente para levar este três volumes de quatro portas, com chassi em alumínio e 1.870 kg peso (repartido numa proporção 52%-48%), até aos 250 km/h, sendo os 0-100 km/h cumpridos em menos de 3,0 segundos.

A alimentar estes motores estará uma “superbateria” de grafeno com 360 kWh de capacidade, sendo este um dos segredos a que a HKG recorre, o que lhe permite ter maior capacidade (e esta tem quase quatro vezes mais capacidade do que a bateria do Tesla Model S 100D). Trata-se de uma tecnologia nova, que ninguém ainda domina na perfeição, mas que promete gerar baterias mais leves, com maior capacidade energética e capazes tempos de recargas mais curtos.

O segundo segredo do H600 é o que a Pininfarina denomina como um extensor de autonomia, na forma de um gerador por microturbina apto a consumir gasolina, gasóleo, etanol, gás natural, propano, biocombustíveis ou qualquer tipo de combustível. Um sistema que, além de garantir uma autonomia superior a 1.000 km, primará ainda pela sua compatibilidade ambiental, por integrar um inédito sistema de reciclagem.

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Quanto à estética do H600, o estúdio de design italiano, hoje pertença dos indianos da Mahindra, começa por sublinhar as suas proporções harmoniosas, as linhas fluidas, as inserções em alumínio polido na carroçaria, os farolins traseiros que formam uma faixa luminosa que se prolonga do logótipo colocado na tampa da bagageira até ao exterior. O resultado final não deixa de ser interessante, mesmo que a secção dianteira não deixe de evocar alguns modelos da Maserati. Mas também é verdade que, a não ser absolutamente original, também existiriam piores referenciais comparativos…

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Com 5.200 mm de comprimento, 2.000 mm de largura e 1.494 mm de altura, o H600 anuncia 500 litros de capacidade da mala e conta com um interior inspirado na disposição típica de um lounge. Promete oferecer uma habitabilidade traseira nitidamente superior ao habitual em modelos deste segmento, ficando indelevelmente marcado pelas portas traseiras de abertura invertida, para um mais fácil acesso, e pelos bancos suspensos.

O recurso a materiais nobres (como a pele bicolor de alta qualidade, ou a madeira envernizada utilizada na estrutura dos bancos e no piso do habitáculo) também merece ser tido em conta, o mesmo se aplicando à chamada interface homem/máquina: um enorme ecrã percorre toda a largura do tablier, exibindo do lado do condutor a informação que é para o mesmo relevante, e do lado do passageiro o sistema de infoentretenimento. É complementado por um não menos imponente ecrã central táctil, ao género de um tablet, disposto na vertical e destinado a controlar todas as funções do veículo, e pelos dois ecrãs instalados nas costas dos bancos da frente, obviamente destinados aos passageiros traseiros.

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Mais do que a antecipação de um novo modelo, o H600 pretende constituir uma antevisão dos projectos e ambições da HKG, e que passam por criar um automóvel eléctrico de luxo acessível a uma faixa bastante abrangente da população. Por isso, já para o Salão de Xangai foi anunciada a revelação de novos modelos da marca, do mesmo modo que está confirmado que diversas soluções do H600 serão utilizadas na sua futura gama. Não menos importante, um modelo como o H600 pode ser utilizado como fonte de produção e distribuição de energia em situações de emergência, seja a habitações ou a outros veículos eléctricos, ou mesmo à rede, graças à sua capacidade para produzir electricidade a bordo.