O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, revelou esta segunda-feira que em 2016 cerca de 600 os médicos pediram “passaportes” para emigrar, um crescimento de 30% em relação ao ano anterior.

“Os dados que temos são muito preocupantes. Em 2016, podem ter emigrado mais médicos do que em 2015”, referiu Miguel Guimarães durante uma visita ao Hospital de Barcelos.

Segundo o bastonário, a Ordem ainda está a contactar, um a um, os médicos que em 2016 pediram os certificados indispensáveis para exercerem noutros países, para aferir o número concreto de profissionais que acabaram mesmo por emigrar. No entanto, Miguel Guimarães considera que o simples aumento de pedidos de certificados deve ser suficiente para que o Governo pense, com urgência, “numa forma eficaz” para fixar os médicos em Portugal.

“Enquanto o Governo não perceber que a saúde precisa de reformas e que estas reformas podem ajudar a melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), não conseguiremos evoluir positivamente”, sublinhou, vincando que “um dos grandes problemas” do setor em Portugal é a dificuldade em fixar jovens médicos no SNS. “Não é apenas uma questão de dinheiro. O mais importante é as pessoas serem respeitadas“, disse ainda.

Miguel Guimarães alertou igualmente para a saída de médicos do SNS para o privado. Segundo adiantou, o SNS tem neste momento “um grande défice” de médicos, ao mesmo tempo que cerca de 12 mil estão já a trabalhar em exclusividade no privado. “É claramente necessário investir mais na Saúde”, reiterou.

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