Outrora um dos rostos de um dos maiores grupos automóveis do mundo, Ferdinand Piech, ex-chairman do Grupo Volkswagen, pode estar assim prestes a sofrer novo tombo, ao ser obrigado a abandonar o seu lugar no conselho de administração da Porsche Automobil Holding SE. Basicamente, a holding que detém a maioria das acções da Volkswagen AG e que é propriedade das famílias Piech e Porsche.

A notícia é avançada pelo jornal alemão Bild am Sonntag, recordando que os accionistas da Porsche SE preparam-se para votar, já no próximo dia 30 de Maio, a composição do novo conselho de administração. Do qual, segundo revela a lista de candidatos apresentada até ao momento, poderá vir a não fazer parte o nome de Ferdinand Piech.

Embora a versão final desta lista só deva ser conhecida em meados da Abril, dos nomes já apurados pelo jornal alemão junto de uma fonte conhecedora do processo, fazem parte o do primo de Ferdinand, Wolfgang Porsche, assim como do seu irmão, Hans Michel Piech. Mas não o do próprio Ferdinand. Contudo, um porta-voz da Porsche SE, holding que detém 52% dos direitos de voto na Volkswagen AG, veio já ressalvar que a futura composição do conselho de administração não foi ainda decidida.

Recorde-se que Ferdinand Piech foi obrigado a resignar ao cargo de chairman da Volkswagen AG em Abril de 2015, após um confronto com o CEO, Martin Winterkorn, a propósito da liderança do grupo alemão.

Esta tomada de posição – bastante drástica – das famílias que lideram os destinos daquele que é tradicionalmente o maior grupo automóvel europeu e que, em 2016, pela primeira vez, se assumiu como o maior fabricante mundial de automóveis, não será estranho facto da Volkswagen AG não ter ficado agradada com as declarações de Piech à imprensa alemã, a quem afirmou que a direcção já tinha conhecimento do Dieselgate seis meses antes de o escândalo se tornar público. O grupo alemão não só desmentiu prontamente o seu accionista e ex-CEO, como admitiu estudar que acções tomar contra Piech.

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