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Comecemos por uma imagem, poupa-nos desde já mil palavras: o filho, Kasper, estava quase em lágrimas a celebrar a passagem do Leicester aos quartos-de-final da Liga dos Campeões; o pai, Peter, mostrava-se visivelmente emocionado com o feito dos ingleses com um cunho muito familiar. A família Schmeichel está feliz. Outra vez.

Longe vão os tempos em que Peter Schmeichel subia a rampa de acesso ao campo de treinos de Alvalade com o pequeno filho, loirinho como o pai. Acabava a sessão e lá ficavam os dois, a brincar, sempre com a bola a servir de tema de conversa dos pés para as mãos. O gigante dinamarquês que passou por Portugal para quebrar um jejum de 18 anos sem campeonatos do Sporting já tinha um currículo invejável. Esqueçamos as Premier Leagues, as taças, as supertaças etc. Era, simplesmente, campeão europeu de clubes (Manchester United) e seleções (Dinamarca).

Hoje com 30 anos, Kasper não teve a carreira do pai mas parece disposto em escrever um lugar na história que não seja “o filho do Peter”. Após passagens por Manchester City (com apenas oito encontros realizados), Darlington, Bury, Falkirk, Cardiff, Coventry, Notts County e Leeds, chegou ao Leicester em 2011 e fez parte do núcleo duro que foi dando passinhos e passinhos pela mão de Ranieri até ao último passo rumo à glória – vencer a Premier League.

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Esta época não foi fácil e o conjunto inglês cedo se viu remetido à luta pela permanência. Sobrava a Champions, para o Leicester e para Ranieri. Kasper Schmeichel defendeu uma grande penalidade e salvou a eliminatória para a equipa em Sevilha (2-1 para os espanhóis), mas não a cabeça do técnico italiano. Agora, na segunda mão dos oitavos-de-final, que marcava a estreia do novo treinador Craig Shakespeare, repetiu-se o filme com contornos ainda mais dramáticos: em vantagem por 2-0, cometeu o penalty mas travou, de novo, a intenção de N’Zonzi.

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Ser ou não ser como pai, esta deixou de ser questão. Mesmo não tendo vivido aquela odisseia da seleção dinamarquesa de 1992 e mesmo não ostentando o currículo do progenitor, Kasper conseguiu o seu lugar na história. Sempre com Peter ao lado, tal e qual como assistimos em Portugal, ao vivo e a cores, entre 1999 e 2001.