A fadista Mísia, a celebrar 25 anos de carreira, inicia esta terça-feira uma “residência artística” no Museu do Fado, em Lisboa, e inaugura a exposição de fotografia “Por trás do espelho quem está”, de C.B. Aragão. Esta terça-feira, às 19h, no âmbito, da “residência artística”, sob o mote “A música e as palavras”, tem lugar uma conversa com Mísia, criadora de temas como “Liberdades poéticas” e “Duas luas”. Quanto à “residência artística”, Mísia “pretende encontrar-se com o seu público para sessões íntimas, ao final da tarde, que cruzarão histórias de carreira, conversas sobre os seus álbuns, referências e interpretações de temas chave” da sua discografia.

A promotora Uguru qualifica esta iniciativa como “uma oportunidade singular e imperdível para que a cantora se encontre com o seu público”, “momentos de partilha que dirão muito sobre a sua personalidade e forma de pensar a música, a arte e a vida”.

C.B. Aragão foi o fotógrafo que “retratou Mísia como um moderno ícone do fado”, segundo nota da sua produtora.

No dia 19 de maio, Mísia apresenta, no grande auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, um espetáculo dedicado aos que considera os “seus” poetas, entre os quais Agustina Bessa-Luís, Vasco Graça Moura, Lídia Jorge, Hélia Correia, Mário Cláudio, José Luís Peixoto, Paulo José Miranda e José Saramago.

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Mísia, em declarações à agência Lusa, disse que “criou uma sonoridade própria ao trazer para o fado instrumentos como o violino, o acordeão e o piano, e tem a particularidade de cantar textos de poetas contemporâneos que escreveram especialmente para a sua voz”, entre os quais Graça Moura e Saramago.

O único poema conhecido de Agustina Bessa-Luís, “Garra dos Sentidos”, foi gravado por Mísia na melodia do fado menor.

Mísia iniciou-se na carreira artística na Catalunha, mas só a partir da década de 1990 se dedicou ao fado, editando o primeiro álbum, em nome próprio, em 1991, ao que se sucedeu, em 1993, “Fado” e, mais tarde, em 1998, “Garra dos sentidos”, distinguido com o Prémio Charles Cross, em França. Desde então a intérprete tem pisado os mais diferentes palcos do mundo e gravado fado e outras músicas, como canção napolitana e tangos. O duplo CD “Do Primeiro Fado ao Último Tango”, editado no ano passado, sintetiza uma carreira de 25 anos, ao longo da qual arrecadou diferentes distinções, entre as quais a Ordem das Artes e Letras de França, em 2011, a Ordem de Mérito Civil em Portugal, e o Prémio Gilda, no 33.° Festival Cinema e Donne, em Itália, pela sua participação no filme “Passione”, realizado por John Turturro. Em 2012, recebeu o Prémio Amália Rodrigues na categoria Divulgação Internacional.