Foi anunciada esta quarta-feira a primeira lista de candidatos ao Man Booker Prize Internacional, que premeia anualmente o melhor romance traduzido para língua inglesa e publicado no Reino Unido. Num vídeo publicado no Twitter e no Facebook, os membros do júri salientaram a qualidade e a diversidade dos títulos selecionados, assim como a dificuldade em selecionar os 13 finalistas:

  • Mathias Énard (França), Compass (Fitzcarraldo Editions, editado em Portugal como Bússola, pela Dom Quixote)
  • Wioletta Greg (Polónia), Swallowing Mercury (Portobello Books);
  • David Grossman (Israel), A Horse Walks Into a Bar (Jonathan Cape);
  • Stefan Hertmans (Bélgica), War and Turpentine (Harvill Secker);
  • Roy Jacobsen (Noruega), The Unseen (Maclehose);
  • Ismail Kadare (Albânia), The Traitor’s Niche (Harvill Secker);
  • Jón Kalman Stefánsson (Islândia), Fish Have No Feet (Maclehose);
  • Yan Lianke (China), The Explosion Chronicles (Chatto & Windus);
  • Alain Mabanckou (França), Black Moses (Serpent’s Tail);
  • Clemens Meyer (Alemanha), Bricks and Mortar (Fitzcarraldo Editions);
  • Dorthe Nors (Dinamarca), Mirror, Shoulder, Signal (Pushkin Press);
  • Amos Oz (Israel), Judas (Chatto & Windus);
  • Samanta Schweblin (Argentina), Fever Dream (Oneworld).

Os nórdicos parecem estar em vantagem este ano, assinalando assim a crescente popularidade da literatura do norte da Europa. O islandês Jón Kalman Stefánsson, que passou recentemente por Portugal para participar no FOLIO — Festival Literário Internacional de Óbidos, é considerado um das vozes mais importantes da literatura europeia. Na altura, em entrevista ao Observador, admitiu que escrever está-lhe no sangue. “Não quero escrever um livro que se lê e depois se esquece. Claro que isso pode acontecer, mas tento evitá-lo”, afirmou.

O francês Mathias Énard, que esteve em Portugal em 2016, também faz parte da lista de candidatos. Durante a sua passagem pelo Festival Internacional de Cultura, em Cascais, falou sobre literatura e a capacidade que esta tem de mudar o mundo. Na altura, em conversa com o Observador, não deu respostas definitivas, mas assegurou: “A política e a economia não são tudo”.

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A lista inclui ainda um título publicado pela OneworldFever Dream, da argentina Samanta Schweblin. A pequena editora independente, sediada em Londres, foi responsável pela publicação no Reino Unido dos últimos dois vencedores do prémio — Breve História de Sete Assassinatos, do jamaicano Marlon James, e The Sellout, do norte-americano Paul Betty. Este último deverá ser publicado em Portugal em maio, pela editora Elsinore. Breve História de Sete Assassinatos foi editado no final de 2016 pela Relógio d’Água.

No ano passado, o Man Booker Prize Internacional foi atribuído à sul-coreana Han Kang, autora de A Vegetariana (publicado em português pela D. Quixote), romance publicado no Reino Unido pela Portobello Books, numa tradução de Deborah Smith. o romance, que depois do anúncio do prémio se tornou rapidamente num bestseller no país natal de Kang, conta a história de Yeong-hye, uma mulher que decide deixar de comer carne depois de ter um pesadelo sangrento sobre a crueldade humana e que acaba por ter consequências devastadoras na sua vida pessoal.

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O júri do Man Booker Prize Internacional 2017 é composto pelo diretor do festival literário de Edimburgo, Nick Barley (presidente), a tradutora Daniel Hahn, a poetiza Helen Mort e as escritoras Elif Shafak e Chika Unigwe.

A primeira lista de candidatos ao Man Booker, o mais importante prémio literário de língua inglesa, será anunciada a 27 de julho.