O Tesouro português emitiu esta quarta-feira mil milhões em dívida a 12 meses com uma taxa negativa de -0,112%. Nas emissões a curto prazo, os custos de financiamento do Estado continuam a cair, fruto das políticas de juros baixos do Banco Central Europeu (BCE), que estão para continuar.
Os bilhetes do Tesouro não têm taxa de juro, dada a maturidade curta. Ainda assim, o preço a que os títulos foram emitidos é superior ao que será reembolsado na maturidade, o que explica a “taxa” negativa de 0,112% na emissão de dívida.
Apesar dessa taxa negativa, a procura por parte dos investidores (quase dois mil milhões) foi o dobro do que acabou por ser colocado, um apetite que se explica pelo enquadramento que existe na zona euro, em que, por exemplo, depositar liquidez no BCE comporta o pagamento de um juro negativo de 0,4%.
O Estado colocou, também, 250 milhões de euros em dívida a seis meses.
Em reação difundida pelas redações, Filipe Silva, diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, comenta que “as taxas saíram em linha com o mercado de curto prazo, que está em mínimos históricos”.
Estes dados mostram que continuamos a beneficiar do ambiente de baixas taxas de juro e da ausência de sinais de que a subida de taxas de juro do BCE esteja para breve. Enquanto o Banco Central Europeu continuar a comprar a dívida soberana portuguesa, beneficiamos dessa proteção”, afirma Filipe Silva.