Morreu em Fevereiro deste ano mas deixou em vida cinco previsões para o futuro. Hans Rosling era um médico, professor e investigador de estatística sueco. Co-fundador da Gapminder, uma organização sem fins lucrativos para o desenvolvimento sustentável, Rosling ficou conhecido pela forma dinâmica e atrativa como apresentava os números.

Numa entrevista dada à BBC, que só foi emitida esta quinta-feira, Hans Rosling anunciou as cinco alterações demográficas que estão a transformar o mundo.

Os nascimentos vão conduzir as economias mundiais

(Fotografia de China Photos/Getty Images)

Se antes a economia influenciava a demografia, há agora uma inversão dessa tendência. Daqui em diante, a melhor maneira de saber onde investir é olhar para as estatísticas demográficas.

Ao mesmo tempo que vê o número de famílias de dois filhos a aumentar, Rosling também vê as economias a crescer. Vietname, Tailândia e África são alguns exemplos. Investimentos nestes países terão crescimentos rápidos.

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A densidade populacional em África vai causar impactos no ambiente

(Fotografia de John Moore/Getty Images)

Há um atraso no desenvolvimento dos países africanos mas também há progresso. Quando esse desenvolvimento for atingido, vai haver maior estabilidade económica e, por consequência, mais poder de compra.

O aumento do consumo associado a uma elevada densidade populacional trará grandes impactos ambientais. E as razões são mais óbvias do que aquilo que se pensa. A população africana vai começar a tomar mais banhos, a consumir mais energia e produzir mais lixo.

As pessoas vão viver e trabalhar mais anos

(Fotografia de Peter Macdiarmid/Getty Images)

As pessoas mais velhas vão ter mais saúde, vão ser mais ativas e, por isso, vão poder contribuir durante mais tempo para a sociedade. Por exemplo, esperança média de vida dos suecos poderá subir até aos 75 anos.

Rosling apresentou duas soluções: ou os trabalhadores têm de pagar mais impostos ou a idade da reforma terá de subir. Até porque os problemas de saúde vão começar a chegar mais tarde.

As mulheres asiáticas vão assumir o controlo

(Fotografia de Chung Sung-Jun/Getty Images)

Constituir uma família começa a deixar de ser um sonho de muitas das mulheres do continente asiático. Muitas delas têm apenas um filho ou nenhum. O trabalho é o seu grande objetivo.

No mundo asiático, e apesar de alguns valores machistas que ainda prevalecem, as mulheres inundam cada vez mais o mercado de trabalho. Com isso, a probabilidade de chegar a cargos de poder aumenta.

A imigração vai salvar o mundo

(Fotografia de MAHMUD TURKIA/AFP/Getty Images)

As fronteiras estão cada vez mais esbatidas. Profissionais de diferentes nacionalidades são chamados para cargos em países estrangeiros. Rosling vê na crise de refugiados um exemplo.

Na entrevista à BBC, o guru afirma que “preferia que os refugiados tivessem vindo com as suas famílias e não terem sido obrigados a sobreviver a viagens perigosas”. Se estas situações forem reguladas, o mundo pode beneficiar das pessoas que emigram e das suas famílias.