O Ministério Público aguarda o envio de informações por parte de quatro países para concluir a acusação da Operação Marquês, que tem como principal arguido o antigo primeiro-ministro José Sócrates. Este foi o principal argumento apresentado pelo procurador Rosário Teixeira para pedir mais 30 a 60 dias para finalizar o inquérito — a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, tinha definido o dia 17 de março como o deadline.

Segundo o Público, os investigadores ainda não têm resposta a pelo menos quatro cartas rogatórias — pedidos oficiais de informação a outros países — enviadas às autoridades da Suíça, Reino Unido, Angola e Singapura. Essas cartas, acrescenta o jornal, referem-se a informações bancárias que permitirão concluir circuitos financeiros em análise na investigação.

O pedido feito à Suíça pela equipa liderada por Rosário Teixeira tem a ver com dados bancários de Henrique Granadeiro. O atraso na resposta das autoridades prende-se com o facto de o antigo administrador da PT se ter oposto ao envio destas informações — algo permitido pela lei suíça. De Angola aguarda-se uma resposta diferente: as autoridades portuguesas pediram para que José Bernardo Pinto de Sousa, primo de José Sócrates e seu alegado testa-de-ferro, fosse constituído arguido.

Fonte ligada ao processo, citada pelo Público, adianta que as informações destes quatro países são “apenas alguns acabamentos”, mas importantes para a acusação.

O pedido de prolongamento do prazo indignou a defesa de José Sócrates, que classificou o novo adiamento como um “escândalo”.

Defesa de Sócrates considera escandaloso novo adiamento de acusação

Esta quinta-feira é a vez do fundador do Grupo Lena, Joaquim Barroca, ser novamente interrogado. Ontem foram ouvidos Diogo Gaspar Ferreira, administrador de Vale do Lobo, e a ex-mulher do antigo primeiro-ministro, Sofia Fava. José Sócrates foi interrogado na segunda-feira.

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