Numa altura em que a marca de Sant’Agata Bolognese se apresta a lançar no mercado o primeiro SUV da sua história, o Urus, contemplando até uma versão híbrida plug-in, o próximo passo poderá vir a ser a apresentação de um novo superdesportivo, 100% eléctrico. Foi o próprio CEO da Lamborghini, Stefano Domenicalli, quem o assumiu publicamente, numa altura em que tanto os principais concorrentes, como o próprio grupo automóvel a que o fabricante italiano pertence, a Volkswagen, iniciaram já a viragem nesse sentido.

“A electrificação do automóvel é um tema ao qual estamos a dar grande atenção, ainda que eu não espere que venhamos a materializar esse interesse a breve prazo”, afirmou, à Reuters, o responsável máximo da marca italiana. Mas, então, quando é que isso poderá acontecer? Domenicalli responde que, antes de 2025, dificilmente a Lamborghini poderá vir a ter um modelo exclusivamente eléctrico.

“Temos de ser realistas”, sentencia, defendendo a necessidade de preservar as características do superdesportivo tradicional, em termos de condução, peso e performance, mesmo numa futura proposta 100% eléctrica. E não deixa de recordar, por outro lado, que um projecto desse tipo comporta sempre custos e investimento.

Novo recorde de vendas no horizonte

O CEO da Lamborghini, ainda em declarações à Reuters, aproveitou para anunciar a previsão de mais um ano recorde de vendas para a marca, em 2017. Isto, graças ao aumento da procura que tem vindo a registar-se em mercados como os Estados Unidos, a China e a Europa. “A verdade é que, após a última crise financeira mundial, o mercado dos superdesportivos tem vindo a registar uma recuperação constante”, frisa Domenicalli, considerando que, “pelo menos a médio prazo”, não vê “qualquer perspectiva de recuo nesta tendência positiva, especialmente quando regiões como os EUA ou a China continuam a crescer de forma sustentada”.

O ex-responsável máximo da equipa de Fórmula 1 da rival Ferrari revela esperar, em 2017, um aumento de um dígito na percentagem de vendas que a Lamborghini alcançou em 2016, quando vendeu 3.457 unidades, terminando o ano com um crescimento de 7% face a 2015.

Para este ano, as previsões da casa de Sant’Agata Bolognese apontam para um total de vendas a rondar os 3.500 carros, embora dificilmente ultrapassando as 3.800 unidades. Até para, sublinha Domenicalli, manter a exclusividade inerente à marca.

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