O Patriarcado de Lisboa divulgou este sábado um comunicado onde não só disponibiliza o relatório trienal (2014-2016) da Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL), como justifica a reserva financeira da instituição no valor de 2,4 milhões de euros. No início no mês de março, uma investigação do jornal Público revelou que a CDL tem 2,1 milhões de euros retidos no banco, há pelo menos uma década, e cerca de 320 mil euros investidos em obrigações. Foi também notícia que a CDL está, desde fevereiro, a ser investigada pelo Ministério Público.

“A leitura do relatório certamente esclarecerá os interessados sobre o trabalho da Cáritas Diocesana de Lisboa, bem como sobre a razão pela qual a sua direção mantém alguma reserva financeira: garantir a sustentabilidade dos serviços e a prossecução de projetos sociais relevantes“, lê-se no comunicado enviado às redações.

Cáritas de Lisboa sob investigação. Instituição tem 2,4 milhões de euros retidos

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O relatório, que pode ser consultado aqui, indica “um conjunto de encargos permanentes com o funcionamento dos seus serviços e o pagamento dos respetivos profissionais”, além de especificar “os seus projetos sociais para o futuro próximo”. O Patriarcado escreve ainda que o mesmo documento, referente ao período entre 2014 e 2016, apresenta “indicações de quantitativos distribuídos, superiores ao que tem aparecido nalguma comunicação social”.

Depois de a investigação do jornal já citado, foram muitos os meios que deram destaque à notícia. Foi o caso da revista Sábado que entrevistou Zulmira Lino da Silva, a viúva de 79 anos que está na origem da denúncia contra a Cáritas. Zulmira é testamenteira da antiga diretora dos Registos e Notariado, Cândida Rodrigues Dias, que doou milhões à Cáritas.

Sobre esse assunto, lê-se no comunicado que “em relação à demora na execução de uma herança a confiar à Cáritas Diocesana de Lisboa, reafirma-se que, da parte da instituição, assim como do economato diocesano, permanece toda a disponibilidade para dar garantias de ser cumprida a vontade da doadora, sob a natural responsabilidade da Cáritas Diocesana“.

A repetir a mensagem da primeira nota, emitida no dia em que surgiram as primeiras notícias, o Patriarcado de Lisboa recorda que “tudo se refere exclusivamente à Cáritas Diocesana de Lisboa e não à Cáritas Portuguesa ou às outras Cáritas Diocesanas, instituições autónomas ao serviço da causa comum”.