São, no mínimo, notáveis os resultados financeiros apresentados pela Porsche, relativos a 2016 – mais um ano recorde para a casa de Zuffenhausen, em termos de vendas, receita, resultados operacionais e número de funcionários. Em detalhe, e face a 2015, as vendas aumentaram 6% (de 225.121 para 237.778 unidades), as receitas cresceram 4% (para 22,3 mil milhões de euros) e o resultado operacional evoluiu 14% (para 3,9 mil milhões de euros). No final do ano passado, a Porsche contava com 27.612 funcionários, mais 13% do que no ano anterior.

A digitalização e a mobilidade eléctrica continuam a ser prioridades para a marca germânica que, só em 2016, investiu 2,2 mil milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento. Entretanto, os principais mercados dos seus produtos são a região Ásia-Pacífico (93.212 unidades vendidas), com a China à cabeça (65.246 automóveis entregues, mais 12% do que em 2015), seguida da Europa (78.975 unidades vendidas) e do continente Americano (vendas de 65.591 exemplares, 54.280 dos quais nos EUA).

O que, para muitos, provavelmente será menos evidente é que um fabricante cuja imagem assenta de forma tão notória na desportividade dos seus modelos, e nos invejáveis êxitos alcançados na competição ao longo da sua história, dependa hoje, de forma indelével, de propostas que não são assim tão desportivas. Ou, pelo menos, que o não são tanto quanto outras que fazem parte do seu catálogo, e que tanto contribuem para essa imagem.

Mais uma vez em 2016, o seu modelo mais procurado, a nível global, foi o Macan, com mais de 95 mil unidades vendidas, logo seguido pelo Cayenne, com cerca de 70 mil. Contas feitas, os SUV tornaram-se uma “febre” a que nem os mais reputados construtores conseguem escapar, e que no caso da Porsche asseguram qualquer coisa como praticamente 70% das suas vendas. Curiosamente, dois modelos que, não deixando de incorporar o ADN da marca, também se caracterizam por serem produtos assentes em plataformas partilhadas com outros modelos do Grupo VW, casos do Audi Q5 e do VW Touareg, respectivamente.

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