Parece que há coligação em Lisboa, mas não. Em conferência de imprensa na sede do partido, o coordenador autárquico do PSD, Carlos Carreiras, quis corrigir as declarações que fez esta manhã em entrevista à TSF, onde tinha dito que era indiferente se fosse o CDS ou o PSD a ficar em primeiro lugar na corrida a Lisboa, mas a emenda sairia quase igual ao soneto: para o coordenador autárquico dos sociais-democratas, a expectativa para Lisboa é de que o PSD, “juntamente com o CDS”, mobilize a elevada abstenção e, juntos, derrotem o socialista Fernando Medina.

“Corrigindo alguma afirmação da minha parte que não terá sido bem explícita, o que eu quis dizer foi o seguinte: em Lisboa o nível de abstenção é de 55%, o PSD e o CDS vão tentar trabalhar para reverter esse descontentamento de forma a que o PSD possa ter, juntamente com o CDS, uma votação muito expressiva em Lisboa”, começou por dizer. Ou seja, a força está na soma das partes, mas para o centro-direita derrubar Medina e preciso que um dos dois partidos seja o mais votado.

Em entrevista esta manhã à TSF, Carlos Carreiras tinha dito que desejava que as candidatas do PSD e do CDS ficassem em primeiro e em segundo lugar, sendo que “a ordem dos fatores é indiferente”. Mas na conferência de imprensa que convocou para esta tarde, na sede do partido, Carlos Carreiras procurou valorizar a candidatura de Teresa Leal Coelho, uma “candidata muito preparada e conhecedora dos problemas dos munícipes de Lisboa”. “Por isso consideramos que, juntamente com a equipa e o projeto que irá apresentar, Teresa Leal Coelho reúne os argumentos suficientes para aspirarmos a uma votação positiva e ganhadora em Lisboa”, disse, recusando que a ideia de que a derrota de Fernando Medina basta ao PSD fragilize a candidatura de Teresa Leal Coelho.

Questionado sobre o que é que impediu o entendimento do PSD com o CDS na capital, Carreiras voltou a explicar que essa opção foi tomada logo por Assunção Cristas, no congresso do CDS há um ano. “A líder do CDS disse logo que ia ter uma apresentação nas autárquicas de geometria variável, no Porto apoiaria a candidatura independente de Rui Moreira, em Aveiro e em Cascais, por exemplo, manteria a coligação com o PSD, e em Lisboa teria uma candidatura própria”, disse, mostrando que foi o CDS que impediu os entendimentos à partida.

Ainda assim, Carlos Carreiras sublinha que há 308 concelhos no país e há para já 99 coligações com o CDS, havendo ainda perspetivas de o número aumentar. Há quatro anos, o número de coligações com os centristas ficou-se pelos 87. O coordenador autárquico mostrou-se ainda “satisfeito” por o PSD estar a cumprir os calendários a que se tinha proposto e ser “o partido mais avançado” em matéria de autárquicas. “À exceção de 15 concelhos, estamos a cumprir o prazo de 31 de março, que não é tardio como diziam, e somos o partido que tem o seu processo autárquico mais avançado”, disse, acrescentando que o PSD conta ver essas 15 situações resolvidas até ao fim do mês.

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