Caído em desgraça na sequência da guerra de poder que iniciou contra a restante família, Ferdinand Piech, anterior chairman do Grupo Volkswagen e um dos donos da holding Porsche SE, detentora da maioria do capital do principal construtor automóvel europeu, pode estar prestes a vender as suas acções aos restantes accionistas e familiares. Saindo assim definitivamente de cena, depois de ter sido um dos principais rostos do gigante alemão e o grande responsável pelo seu crescimento durante décadas.
A notícia é avançada pelo semanário alemão Bild am Sonntag, referindo que terá sido a própria Porsche SE a anunciar a possibilidade de Ferdinand Piech vender os 14,7 por cento de acções que detém na holding fundada pelas famílias Porsche e Piech. As quais controlam, por intermédio desta estrutura, 52 por cento do Grupo Volkswagen.
De acordo com a Automotive News, as acções do ex-chairman, que representam cerca de 7,35 por cento do Volkswagen Group, deverão valer pelo menos 1,1 mil milhões de euros. Sendo que, neste momento, decorrem já negociações com os restantes membros das duas famílias com assento na holding para a compra de, pelo menos, grande parte das acções de Piech. Ainda que, pelo menos para já, não existam garantias de que o negócio possa chegar a bom porto.
No entanto e a favor dos restantes accionistas da Porsche SE, está o facto dos regulamentos da holding atribuírem o direito de preferência na compra aos membros das duas famílias. Sendo que o Bild am Sonntag refere mesmo, citando uma fonte não identificada mas descrita como conhecedora das negociações, que as acções poderão mudar de mãos ainda antes da Assembleia Geral Anual da Porsche SE, agendada para 30 de Maio.
Caso Fernand Piech, que comemora já no próximo mês de Abril o 80.º aniversário, aceda a vender as suas acções, tal simbolizará também o final de uma era no Grupo Volkswagen. Grupo de construtores que dominou durante várias décadas.
De resto, foi também durante esse período que a Volkswagen passou de um fabricante automóvel regional para um gigante mundial e um dos principais grupos automóveis mundiais. Acabando por, nesse processo de crescimento, “engolir” marcas como a Audi, Bentley, Bugatti, Ducati, Lamborghini, Porsche, Seat e Skoda, além da Man e Scania.
