A Organização Mundial para as Migrações (OIM) anunciou esta terça-feira que este ano morreram ou desapareceram três vezes mais refugiados e migrantes a tentar chegar à Itália pelo Mediterrâneo, a partir da Líbia, do que no mesmo período de 2016.

De acordo com os dados da OIM, pelo menos 481 migrantes ou refugiados morreram ou desapareceram ao tentar fazer a rota do Mediterrâneo Central (entre a Líbia e a Itália), um número mais de três vezes superior aos 159 do mesmo período do ano passado. O porta-voz da organização das Nações Unidas para as migrações, Joel Millman, disse hoje em conferência de imprensa que só no passado fim-de-semana foram resgatados mais de 3.300 migrantes, o que eleva para mais de 20 mil o número total de migrantes nesta rota desde o início do ano. No mesmo período do ano passado, o número total não chegava a 18.800 pessoas.

Para Millman, estes números indicam que os migrantes estão a tentar passar para a Europa a um ritmo “nunca visto”. A situação desesperada de alguns países do Corno de África, muitos dos quais já em situação de fome, e a intensificação dos conflitos na parte ocidental do continente africano, principalmente na Nigéria, forçaram os imigrantes a arriscar-se mais para tentar chegar à Europa.

“Ainda não fechámos março e já estamos a ver um número de chegadas nunca antes visto no Mediterrâneo (Central)”, disse Joel Millman.

Por outro lado, a Grécia recebeu um número consideravelmente inferior de imigrantes comparado com 2016 e 2015, para um total de 3.200 chegadas. Para a OIM este facto deve-se ao acordo ainda em vigor entre a União Europeia (UE) e a Turquia, mediante o qual serão devolvidos aos seus países de origem todos os refugiados e imigrantes que cheguem à Europa a partir de território turco.

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