Outrora líder de vendas no mercado premium, posição que veio a perder para a vizinha e rival Mercedes-Benz, a BMW não baixa os braços e prepara já, segundo avança a Automotive News, o maior plano de lançamento de modelos, novos e renovados, da sua história. Ao todo, 40, só nos próximos dois anos.

O anúncio foi feito pelo próprio CEO da BMW, Harald Krueger, cuja administração procura assim revitalizar o crescimento da marca, depois da queda na rentabilidade e, principalmente, nas vendas. Aspecto em que, pela primeira vez em 10 anos, a marca da hélice ficou atrás da rival da estrela.

Vamos dar início à maior ofensiva de modelos de sempre”, garantiu, na conferência anual da BMW, Harald Krueger. “Arrancámos com um processo de renovação como a nossa companhia nunca viu.”

Entre os novos modelos que será possível esperar nos próximos dois anos, está não só a nova proposta de acesso à família SUV e crossover da marca, denominada X2, como a nova proposta de topo nesta mesma família, o X7.

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A ofensiva anunciada pelo CEO da BMW surge numa altura em que, de acordo com a mesma publicação, que cita a Bloomberg, a prestação comercial do novo Série 7 continua aquém dos números exibidos pelo rival Mercedes Classe S. Sendo que a administração liderada por Harald Krueger tem procurado focar os seus esforços mais na rentabilidade que propriamente nas vendas, como forma de conseguir recursos que permitam fazer a transição para uma nova era de condução autónoma e de veículos eléctricos. Existindo inclusivamente planos para comercialização do já anunciado veículo autónomo iNext, em 2021.

Entretanto, e depois de ter gasto 5,16 mil milhões de euros – 5,5% da receita -, em 2016, em Pesquisa e Desenvolvimento, a BMW promete reforçar este mesmo investimento, nos próximos dois anos. Com a companhia a prever, a par de um aumento dos custos, uma subida “ligeira” do lucro e da receita em 2017, mantendo-se as margens no negócio automóvel entre os 8 e os 10%.

A par do lançamento dos já referidos 40 modelos novos e renovados, a marca da Munique tem previsto igualmente reforçar a sua oferta no domínio das propostas de luxo, em complemento ao topo de gama Série 7, também como forma de desafiar a Mercedes e fazer da BMW, segundo Krueger, “a marca mais forte neste segmento, com um aumento significativo do volume de vendas e receitas, até 2020”.

“A rentabilidade é mais importante para nós do que propriamente a corrida pelo volume de vendas”, comentou igualmente, em declarações reproduzidas pela Automotive News, o director financeiro da marca, Nicolas Peter. Isto, após um ano em que a entrega de veículos da marca aos clientes subiu 5,2%, para 2 milhões de carros. Ainda assim, menos de metade dos 11% conseguidos pela Mercedes, que deixou o rival para trás ao vender, no mesmo período, 2,08 milhões de veículos.