Sair o tiro pela culatra. Foi precisamente o que aconteceu à empresa brasileira José Batista Sobrinho, detentora das marcas Friboi, Seara e Swift, e uma das principais implicadas na Operação ‘Carne Fraca’ que abalou o Brasil na última sexta-feira — o “abalo” estender-se-ia a mais países que importavam carne daquele país, incluindo Portugal.

Ora, tendo a imagem “suja” na praça pública após ser anunciado que a empresa pagava luvas a agentes públicos que emitiam certificados sanitários (sem qualquer fiscalização efetiva, diga-se) a carne adulterada, a empresa resolveu limpá-la, pagando a bem pagar por um anúncio televisivo a emitir em horário nobre um pouco por todo o Brasil. Se a limpou? Nem pensar.

É que no anúncio, que incluía depoimentos de funcionários da empresa “orgulhosos” por fazer chegar produtos com “qualidade e segurança” à mesa dos brasileiros, a certa altura, logo nos primeiros segundos do vídeo, surge a validade de uma embalagem de carne. Problema: a validade terminou em… 2013. Sim, leu bem: dois-mil-e-treze.

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Mais de mil polícias federais cumpriram na sexta-feira 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva (sem tempo para a libertação do acusado), 11 de prisão temporária, 77 de condução coerciva (quando o acusado é detido e obrigado a depor para depois ser libertado) e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas alegadamente ligadas ao esquema.

Operação contra venda ilegal de carne no Brasil deteta uso de produto estragado