A escultura do Arcanjo São Miguel, que foi derrubada por um visitante em novembro do ano passado, já regressou ao Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, confirmou ao Observador fonte oficial do museu. A peça de madeira, datada de finais do século XVIII, foi alvo de exames técnicos no Laboratório José Figueiredo antes de ser restituída ao MNAA, onde será agora restaurada.

A escultura do Arcanjo São Miguel foi executada em Lisboa entre 1765 e 1790, em madeira de zimbro. Entrou para o espólio do MNAA em 1922 vinda do Recolhimento de São Patrício. Estava exposta na Galeria de Pintura e Escultura Portuguesas, no Piso 3 do edifício, quando foi derrubada por um visitante, que se encontrava a fotografar uma outra obra, a 6 de novembro de 2016.

A estátua do Arcanjo São Miguel estava exposta no piso 3 do edifício do Museu Nacional de Arte Antiga. (Créditos: MNAA)

“A escultura encontrava-se fixada a um plinto, protegido em todo o perímetro por um estrado”, explicou na altura o MNAA em comunicado. “Após o impacto, os elementos de fixação mantiveram-se presos ao plinto”, o que não impediu que a escultura se partisse em várias zonas. As asas soltaram-se, assim como as plumas de remate do capacete — elementos originais que estavam presos à figura por encaixe.

No mesmo comunicado, a Direção-Geral do Património Cultural informou que seria constituída uma “equipa multidisciplinar para proceder à correta intervenção sobre o objeto”, que considerou ser considerável. Agora, passados quatro meses, a estátua pode finalmente voltar ao seu lugar na sala 3, do terceiro piso, do MNAA.

De acordo com a Direção-Geral do Património Cultural, este foi o primeiro incidente registado em Portugal com uma obra de arte dentro de um museu público. Este aconteceu alguns meses depois de um turista ter destruído a estátua de D.Sebastião que se encontrava à entrada da Estação do Rossio, também em Lisboa.

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