O diretor do Comité de Arbitragem da FIFA, Pierluigi Collina, afirmou esta sexta-feira que o futebol tem mesmo de adotar meios tecnológicos para melhorar o desempenho dos árbitros, mas sem descurar o investimento na sua preparação técnica.

“É possível trabalhar na preparação dos árbitros e melhorar a sua preparação. Mas, mesmo assim, é impossível competir com a tecnologia. Vivemos num mundo em que estamos rodeados dela. O futebol não pode evitar a tecnologia”, afirmou o responsável pela arbitragem na FIFA, numa palestra no ciclo de conferências Football Talks, no centro de congressos do Estoril.

As palavras de Collina acontecem numa altura em que a tecnologia de linha de golo já é uma realidade em diversas competições e em que o recurso ao vídeo-árbitro está a ser estudado, embora a FIFA já o tenha aplicado na última edição do Mundial de clubes, em dezembro de 2016.

Perante muitos elementos ligados à arbitragem portuguesa, nomeadamente Pedro Proença, ex-árbitro e atual presidente da Liga de clubes, o antigo ‘juiz’ Duarte Gomes e o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), Luciano Gonçalves, o dirigente italiano salientou o peso que uma boa preparação técnica tem na performance dos árbitros.

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“Mesmo usando a tecnologia, continuamos a precisar da melhor preparação para reduzir o número de erros. E cada jogo é diferente de outro. É importante fornecer um serviço para um jogo em particular. Um árbitro deve saber tudo sobre o jogo que vai arbitrar. Assim não vai ser surpreendido por nada”, explicou.

Lembrando que a taxa de acerto das decisões de um árbitro num jogo de futebol ronda os 95%, Pierluigi Collina destacou também a evolução da componente física na arbitragem, equiparando a forma dos juízes às dos próprios futebolistas: “A imagem que tínhamos da forma dos árbitros não era, tirando algumas exceções, muito positiva. Trabalhámos fortemente nisso.”

O ciclo de conferências Football Talks, organizado pela Federação Portuguesa de Futebol, terminou esta sexta-feira no centro de congressos do Estoril, depois de três dias de palestras nas quais estiveram presentes, entre outros, os presidentes da UEFA e da FIFA, Aleksander Ceferin e Gianni Infantino, respetivamente.