A Austrália não precisa de escolher entre a China e os Estados Unidos, afirmou esta sexta-feira o primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, ao anunciar um novo acordo para a exportação de carne bovina com Pequim. Turnbull e o homólogo chinês, Li Keqiang, que se encontra em visita oficial ao país, testemunharam a assinatura de acordos bilaterais que alargam o pacto de livre comércio firmado há dois anos pelos dois Estados.

A China também concordou em eliminar um limite mediante o qual apenas 11 exportadores australianos podiam vender 400 milhões de dólares australianos (330 milhões de euros) de carne congelada à cada vez mais maior classe média da segunda economia mundial. Assim, o mercado chinês fica acessível a todos os exportadores australianos elegíveis de carne bovina.

“A Austrália é o único país do mundo com este acesso de mercado”, disse Turnbull aos jornalistas. “Este novo acordo vai impulsionar um significativo crescimento futuro”, acrescentou.

Turnbull rejeitou anteriormente que a Austrália tenha que escolher entre o seu mais importante parceiro na área da segurança – os Estados Unidos – e o seu maior parceiro comercial – a China -, perante uma escalada de tensão entre as duas maiores potências mundiais. “Temos um forte e fiel aliado em Washington – um bom amigo em Washington – e temos um amigo muito bom em Pequim”, sublinhou o primeiro-ministro australiano, em declarações aos jornalistas. “A ideia de que a Austrália tem de escolher entre a China e os Estados Unidos não é correta”, sublinhou.

Li Keqiang, que advertiu a Austrália na quarta-feira contra a “tomada de partidos, como aconteceu durante a Guerra Fria”, subscreveu as palavras de Turnbull. “Acreditamos que a cooperação entre a China e a Austrália vai trazer boas coisas para outros países e regiões, e esta cooperação não vai visar uma terceira parte”, afirmou o responsável chinês, numa referência aos Estados Unidos.

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