Projetos ousados e de músicos polivalentes, autores de “contaminações transformadoras” do jazz, é o que propõe o festival Jazz em Agosto 2017, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, como descreveu o programador Rui Neves à Lusa.

A propósito da 34.ª edição do festival, hoje anunciada, Rui Neves recordou que o “jazz atual é um campo vasto de exemplos de contaminações transformadoras da linguagem e interessa debater a evolução da linguagem”.

De 28 de julho a 06 de agosto, o Jazz em Agosto apresentará 14 concertos — a maioria no anfiteatro ao ar livre daquela fundação –, a começar por Sélébéyone, o projeto que junta o saxofonista norte-americano Steve Lehman, o rapper norte-americano HPrizm e o músico senegalês Gaston Bandimic.

Um dos aspetos desta edição do Jazz em Agosto é, precisamente, a inclusão de músicos que “são conhecidos através de certo tipo de grupos e que aqui aparecem com grupos completamente diferentes”, explicou Rui Neves.

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É o caso do quarteto Starlite Motel (03 de agosto), que junta Jamie Saft (teclados), Ingebrigt Haker Flaten (baixo elétrico), Kristoffer Berre Alberts (saxofone) e Gard Nilssen (bateria) e que editou no ano passado o álum “Awosting Falls”, pela Clean Feed.

Rui Neves sublinha ainda a atenção que é dada este ano à internacionalização dos músicos portugueses, enumerando os nomes convidados: A trompetista Susana Santos Silva, com o quarteto escandinavo com quem gravou o álbum “Life and Other Transient Storms”, o violinista Carlos Zíngaro, com o europeu Sudo Quartet, e a dupla de improvisadores EITR, formada por Pedro Sousa e Pedro Lopes.

O fio condutor desta edição conta com “músicos que não seguem a linguagem clássica do jazz, músicos que se preocupam em renovar a linguagem”.

“Quando renovam a linguagem integram coisas que podem ser aparentemente estranhas a essa linguagem de origem. É como o rio que corre para a foz, que é alimentado pelos seus afluentes”, explicou o programador.

Exemplo desse desdobramento artístico por novas formações, característico do jazz, é o saxofonista alemão Peter Brötzmann, que estará no Jazz em Agosto acompanhado da guitarrista norte-americana Heather Leigh.

O Jazz em Agosto encerrará com o trompetista Dave Douglas, com o projeto High Risk, “um quarteto em que a eletrónica contamina o discurso musical”.

A programação completa do Jazz em Agosto, este ano sem programação paralela aos concertos, está disponível aqui.