O primeiro-ministro considerou este sábado que a emissão de dívida de obrigações realizada na quinta-feira pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi “indiscutivelmente” um “sucesso” não só para o banco, mas também para o conjunto do sistema financeiro português.
Questionado sobre a elevada taxa de juro da emissão obrigacionista (10,75%), António Costa, que está em Roma a propósito das celebrações dos 60 anos dos Tratados fundadores da União Europeia, salientou que é preciso ter em conta que se trata “de uma dívida que é uma dívida perpétua, de elevado risco” e que é “a primeira vez que um banco português coloca [uma dívida] no mercado internacional”.
Além disso, referiu, tem de ser comprada com “taxas de juro semelhantes” às de operações do mesmo tipo praticadas por outros bancos. Costa apontou, a esse propósito, que “ainda muito recentemente um grande banco espanhol, o Banco Popular, fez uma emissão idêntica com uma taxa de juro claramente superior” (12%).
“Esta é indiscutivelmente uma operação que é um sucesso, primeiro pela sua originalidade, segundo por ter tido uma procura que foi quatro vezes a dimensão da oferta que existia. E representa não só um sucesso para a Caixa, como um sucesso para o conjunto do sistema financeiro português, porque abre as portas para que o nosso sistema financeiro possa encontrar novas formas de capitalização para além das que tradicionalmente tem encontrado”, concluiu.
A CGD realizou na quinta-feira uma emissão de obrigações perpétuas de 500 milhões de euros a uma taxa de 10,75%.