No dia em que os líderes europeus se reúnem em Roma para celebrar os 60 anos do projeto europeu, milhares de pessoas marcham em Londres contra a saída do Reino Unido da União Europeia.

A manifestação foi promovida por grupos pró-Europa e por organizações que se têm dedicado a encontrar formas de limitar as consequências do Brexit para os britânicos e restantes cidadãos que vivem no Reino Unido, como explica o site Politico.

Na página da Unite for Europe, a organização responsável por juntar os diferentes grupos nesta marcha anti-Brexit, podem ler-se as motivações do protesto: “Somos os 48% que votaram contra a Brexit e aqueles que não podiam votar contra ela — os jovens e os cidadãos da União Europeia que vivem, trabalham e pagam impostos no Reino Unido. Estamos indignados com a orientação atual do Governo em lidar com o resultado do referendo”.

Os manifestantes exigem a permanência do Reino Unido no Mercado Único, a manutenção dos benefícios que a cidadania europeia concede e a garantia de que os cidadãos europeus que atualmente vivem no Reino Unido tenham a oportunidade de ficar no país.

Nas fotografias que vão chegando do protesto podem ver-se alguns dos cartazes que os manifestantes estão a empunhar. “Amanhã os relógios vão avançar uma hora. Na quarta-feira, vão recuara 40 anos”, reclamam os protestantes, numa referência ao dia 29 de março, data em que o Reino Unido vai ativar o artigo 50, que inicia o processo de saída da União Europeia. Existe ainda uma referência à música “You’ll Never Walk Alone”, com uma ligeira adaptação: “EU’ll Never Walk Alone” (“União Europeia nunca caminharás sozinha”). Outros, com mais humor, perguntam: “Agora como é que vamos vencer a Eurovisão?

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A marcha anti-Brexit vai terminar no final da tarde de sábado na praça junto ao Parlamento britânico, em Londres, perto do local onde na quarta-feira feira aconteceu o atentado terrorista que resultou em cinco mortos e vários feridos.

Esta manifestação acontece no mesmo dia em que os líderes de 27 Estados-membros — o Reino Unido, em processo de saída do bloco europeu, já não participou nas comemorações — adotaram a “Declaração de Roma”, na qual manifestam “orgulho” pelos feitos alcançados ao longo de 60 anos de história e apontam o caminho a seguir, admitindo uma União Europeia a diferentes velocidades mas “na mesma direção”.

A Declaração de Roma foi assinada na mesma sala onde em 25 de março de 1957 os seus países fundadores, Alemanha Ocidental, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, assinaram os Tratados fundadores da Comunidade Económica Europeia e da Comunidade da Energia Atómica, que dariam origem à atual União Europeia.