A China tem mais de cem cidades com mais de um milhão de habitantes, informou esta semana a empresa de pesquisa Demografia. Esse número poderá duplicar já durante a próxima década, um crescimento exponencial que pode ser explicado pelo encorajamento dado pelo governo aos residentes nas zonas agrícolas para se mudarem para regiões urbanas: em 2020, o governo chinês espera ter 60% da sua população a viver em grandes urbes. É uma perspetiva verosímil, diz o Banco Mundial, que conta ver mil milhões de chineses (ou 70% da população do país) nessas regiões urbanas em 2030.
Outro motivo preponderante para a crescente urbanização da China é o investimento feito em servidores, telecomunicações e em grandes companhias tecnológicas. Ultimamente, as fábricas dessas empresas (como a Alibaba), têm mudado as suas instalações para cidades do interior, mais rurais. Xiangyang e Hengyang, duas cidades pouco relevantes no país, estão agora em rápido desenvolvimento porque grandes empresas tecnológicas decidiram fixar-se nelas em busca de mão-de-obra mais barata e menos encargos fiscais.
Estes números simbolizam uma mudança de rumo na política praticada pelo governo da China, que durante muitos anos quis manter grande parte da população das regiões rurais. Um dos exemplos mais vincados dessa política é o “hukou”, que obrigava os residentes a receberem cuidados de saúde, educação e acesso a serviços sociais exclusivamente nas cidades onde estavam registadas. Agora, o governo chinês está a garantir aos agricultores acesso a melhores serviços públicos se se registarem nas cidades das suas áreas urbanas.
Tendo em conta esta tendência de crescimento na China, a World Urbanisation Prospects das Nações Unidas estudou o aumento populacional em dez cidades chinesas que ultrapassaram recentemente a meta do milhão de habitantes entre 1955 e 2015. De acordo com as imagens publicadas em vídeo pelo The Guardian, o aumento populacional nestas dez cidades é visível até nos antigos terrenos agrícolas: é possível assistir ao surgimento de edifícios onde antes só brotavam flores. Aqui em cima pode explorar dois gráficos que mostram a variação da população nessas cidades ao longo dos últimos 60 anos. Já aqui em baixo pode ver dez “timelapses” produzidos pelo jornal britânico e colocados no YouTube.