Alexei Navanly, principal líder da oposição russa, foi detido este domingo durante uma manifestação anti-corrupção, por ele organizada, em Moscovo, avança a BBC. Segundo testemunhas no local, Navanly terá sido levado por um carrinha assim que chegou à zona da manifestação. Outras 700 pessoas também terão sido detidas, avança a ONG OVD-Info, especialista na monitorização de manifestações.

Posteriormente, as autoridades policiais russas vieram dizer que detiveram 500 pessoas que participavam numa manifestação não autorizada

Pouco depois da detenção de Alexei Navanly, o principal líder da oposição russa apelou aos manifestantes que continuassem a marcha em direção à Tverskaya, a principal rua de Moscovo. “Estou bem. Não precisam de lutar para me libertar. Andem em direção à Tverskaya. O nosso objetivo para este dia é lutar contra a corrupção”, escreveu no Twitter (em russo).

A manifestação foi convocada pela Fundação Anti-Corrupção, uma organização não-governamental russa fundada em 2011 por Navanly. De acordo com o site da organização, trabalham na fundação cerca de 30 pessoas, que investigam casos de corrupção e de enriquecimento ilícito na Rússia, preparando documentos para ações legais. O financiamento da Fundação Anti-Corrupção é feito através de doações, explica o site.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O protesto foi organizado depois da divulgação de um relatório em que o primeiro-ministro Dmitri Medvedev é acusado de controlar um império imobiliário através de uma organização não governamental. Navalny colocou no Youtube um vídeo de 50 minutos no qual descreve as táticas a que o primeiro-ministro terá recorrido para acumular uma série de mansões e de iates. O vídeo já teve mais de 11 milhões de visualizações.

Além de Moscovo, os protestos estavam previstos para outras 98 cidades russas, tendo sido proibidas em 72 delas, invocando razões como operações de limpeza, concertos ou eventos organizados por movimentos favoráveis ao Kremlin. Ainda assim, e segundo, o The Guardian, as manifestações poderão ser as maiores desde em 2011.

* Artigo atualizado às 18h08, com a informação do número de detidos na Rússia