O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, ameaça chumbar o plano de saída do Reino Unido da União Europeia se nesse acordo não forem garantidos os “mesmos benefícios” de que o Reino Unido goza neste momento por pertencer ao clube dos 28.

Em entrevista à cadeia de televisão britânica ITV, aqui citada pelo jornal Independent, Corbyn garantiu que se o acesso ao livre ao Mercado Único europeu não for assegurado nas negociações entre o Governo britânico liderado por Theresa May e os responsáveis de Bruxelas, então os trabalhistas votarão contra o Brexit.

“Somos muito claros: tem de existir um acesso livre ao mercado europeu, caso contrário as ameaças aos empregos no Reino Unidos serão enormes”, defendeu o líder trabalhista.

Recorde-se que, apesar de o Partido Trabalhista ter defendido oficialmente a manutenção do Reino Unido na União Europeia, Jeremy Corbyn foi muito criticado por ter feito uma defesa tépida e algo dúbia desta posição.

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Brexit já tem data: Reino Unido inicia processo a 29 de março

Na próxima quarta-feira, dia 29 de março, e depois de ter recebido luz verde do Parlamento britânico, Theresa May vai acionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, dando início ao processo que culminará na saída do Reino Unido da União Europeia, sabendo à partida que tem dois anos para concluir as negociações, sob o risco de sair sem qualquer acordo.

Ao mesmo tempo que negoceia em Bruxelas, May, que fez campanha pela manutenção do Reino Unido na União, terá de esgrimir argumentos dentro de portas. Nessa mesma entrevista à ITV, Corbyn garantiu que, apesar das linhas vermelhas traçadas, o Partido Trabalhista não terá uma posição de princípio anti-Brexit. “Nós respeitamos o resultado do referendo”, assegurou o líder trabalhista, preferindo não entrar em mais especulações sobre os contornos do Brexit.