Acelerar de uma ideia para um negócio digital, em apenas três semanas, é o desafio da European Innovation Academy (EIA), que este verão chega ao nosso país. Do programa constam não só as metodologias de algumas das mais conceituadas universidades do mundo, mas também a presença de dezenas de mentores, oradores e, claro, de investidores, num total de 400 participantes oriundos de mais de 60 países.

Desenhado para o mercado universitário, o curso tem como objetivo a criação de um ambiente no qual os estudantes ficam “imersos” para poderem construir, desenvolver e validar as suas ideias de negócio até chegarem à criação de startups na área tecnológica.

“A transferência de resultados de investigação e o empreendedorismo universitário são vitais para o aumento da produtividade e competitividade económica, de geração de riqueza e emprego, de inovação e coesão social”, refere Inês Oom de Sousa, administradora do Banco Santander Totta, parceiro exclusivo da EIA junto do Ensino Superior e o parceiro exclusivo na área financeira.

“O Banco quer estar na linha da frente de projetos inovadores, pelo que fazia todo o sentido associar-se a uma iniciativa com a magnitude da European Innovation Academy”, explica a administradora. E a EIA é realmente um projeto que tem a ver com o ADN do nosso banco. É inovador e olha para o futuro de forma otimista e ambiciosa, trazendo para Portugal novas ideias, empreendedorismo e dinamismo em novos negócios que possam trazer valor acrescentado ao país”.

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Durante o percurso, os participantes convivem diariamente num ecossistema multicultural de total inovação, sendo apoiados por especialistas da área, muitos dos quais com a experiência de aceleradoras de Silicon Valley. O programa é desenvolvido em colaboração com instituições académicas de relevo, como as universidades de Berkeley e de Stanford, e algumas das mais importantes empresas digitais, como a Google. A primeira edição do programa em Portugal conta com o apoio do Santander Totta, da associação para a promoção do empreendedorismo Beta-i, da Câmara Municipal de Cascais e da Universidade Nova de Lisboa.

Programa de aceleração diferente

Mas afinal, o que é que diferencia este programa de aceleração de tantos outros? Segundo Alar Kolk, presidente da EIA, são três os fatores distintivos. Desde logo, o facto de “estar focado em jovens talentos”. Por outro lado, trata-se de um programa “que não é só sobre fazer dinheiro ou desenvolver produto – típico em aceleradoras – mas está focado na comercialização das ideias”. Além disso, a EIA “requer ideias à escala global”, recusando o desenvolvimento de produtos ou serviços específicos para o mercado português, por exemplo. Por fim, o responsável destacou a “experiência” vivida pelos participantes que acabam por ter de trabalhar em equipa com elementos oriundos de diversos países.

O programa é vasto, intenso e totalmente vocacionado para quem precisa de concretizar – ou ganhar escala – com urgência. Em três semanas são abordados temas e propostos desafios que normalmente requerem cerca de três meses a desenvolver. Aqui a lógica é diferente: foco e dedicação total numa experiência única e transformadora. Para ajudar, os oradores são nomes de peso na área, como Martin Omander (Google), Ken Singer (Berkeley University) ou Ravi Belani (Stanford University), num total de 36 especialistas.

Também os mentores trazem consigo experiências e partilhas que servirão como uma luva às necessidades de quem pretende criar a sua própria startup. Nomes como os de Rick Rasmussen (Concordia Ventures), Anand Kulkarni (LeadGenius) ou Alina Adams (Artveoli, Inc.) estarão também no Centro de Congressos do Estoril para inspirar e apoiar os jovens empreendedores. No final, espera-se que as 50 equipas criadas, deem origem a 50 projetos diferentes, em diversas áreas de tecnologia digital: smart devices (dispositivos inteligentes), big data, Internet das Coisas (IoT), impressão 3D, aplicações móveis e web.

As novas criações serão apresentadas a um painel de 12 investidores, fundamentais para viabilizar a ideia de negócio, nomeadamente, Bill Reichert (Garage Technology Ventures), Duncan Davidson (Bullpen Capital) ou Tiffine Wang (Singtel Innov8 Ventures), entre outros.

Excelência em inovação tecnológica

A EIA é uma instituição educacional sem fins lucrativos reconhecida pelo seu trabalho de excelência no domínio do empreendedorismo. Programas idênticos ao que vai agora ser realizado em Portugal (e repetido anualmente até 2021) já aconteceram em Palo Alto, Paris e Nice. Este ano também Turim irá receber uma iniciativa semelhante e, em 2018, será a vez do Qatar.

Além do apoio Santander Totta, a edição portuguesa da European Innovation Academy conta com a colaboração da Câmara Municipal de Cascais, da associação portuguesa de promoção do empreendedorismo Beta-i, Universidade Nova de Lisboa, UC Berkeley, Google, entre outros.