As ligações fluviais da Transtejo voltaram a parar na tarde desta terça-feira devido a uma greve dos trabalhadores, com o sindicato a avançar com uma adesão “superior a 90%” neste segundo período do primeiro dia da paralisação.

Os trabalhadores da Transtejo estão a cumprir uma greve parcial esta terça e quarta-feira para contestar problemas nas embarcações e exigir a revisão do Acordo de Empresa, o que afeta as ligações fluviais no rio Tejo na região de Lisboa.

“Tal como ocorreu no período da amanhã, agora de tarde as embarcações também estão paradas em todas as ligações. A adesão à greve neste segundo período é similar ao que aconteceu de manhã, sendo superior a 90%”, disse à Lusa Carlos Costa, do Sindicato dos Transportes Fluviais Costeiros e Marina Mercante, afeto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS). As ligações fluviais do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão com Lisboa são afetadas, em especial, nos períodos das horas de ponta da manhã e da tarde, devido à greve de três horas por turno.

Fonte oficial do grupo Transtejo disse à Lusa que a adesão à greve no período da manhã foi de 94%, entre a direção de operação e a direção comercial, referindo que os números da tarde ainda não estão disponíveis, uma vez que a paralisação está a decorrer. “Os serviços mínimos determinados pelo Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social foram cumpridos, tendo as ligações sido retomadas nos termos previstos na informação previamente disponibilizada aos clientes”, indicou a empresa, acrescentando que apenas a ligação de Cacilhas foi retomada mais cedo do que o inicialmente previsto.

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Segundo Carlos Costa, os trabalhadores continuam a não ter respostas para os problemas que contestam. “Continuamos sem saber como está o processo de revisão do Acordo de Empresa, para o qual existe um pré-acordo, e continuam os problemas com a frota. Não existem navios para cumprir as ligações, porque estão avariados e nada sabemos sobre o plano de manutenção previsto”, defendeu.

As ligações desta terça-feira devem começar a ser gradualmente repostas cerca das 20h15. As últimas ligações da noite e da madrugada de todas as carreiras também serão afetadas pela greve. Para quarta-feira está previsto o cumprimento do segundo e último dia de greve que vai decorrer nos mesmos moldes que nesta terça-feira, de três horas por turno.

Nesta terça-feira, a ligação entre o Barreiro e Lisboa foi a única a funcionar em pleno no rio Tejo, uma vez que, apesar de pertencer ao mesmo grupo, a Transtejo, a empresa responsável é a Soflusa, cujos trabalhadores realizaram na passada semana um dia de greve pelos mesmos motivos.