Na passada segunda-feira, a Tesla registou mais resultado histórico na sua ainda curta existência. Graças a uma valorização das suas acções, nos 30 dias anteriores, de 249,99 para 270,22 dólares, superou a histórica Ford, com mais de um século de história, em capitalização bolsista, por via da queda das acções da marca da oval azul de 12,53 para 11,46 dólares no mesmo período.

Vários foram os órgãos de comunicação norte-americanos que se debruçaram sobre este tema. E, contas feitas, a Tesla valerá agora, em bolsa, qualquer coisa como 45,47 mil milhões de dólares (cerca de 41,9 mil milhões de euros), contra os 45,35 mil milhões de dólares (cerca de 41,79 mil milhões de euros) que valerá a Ford. Isto apesar de nunca ter tido quaisquer lucros. Bem pelo contrário…

Em termos práticos, estes valores indicam que os investidores apreciam e aprovam o caminho que a Tesla tem vindo a seguir, e não propriamente que a empresa seja maior do que a Ford no sentido mais estrito do termo – o que é relativamente óbvio. Ou não empregasse o “gigante” de Detroit milhares de pessoas, e fosse responsável pela produção de dezenas de diferentes modelos, que lhe asseguram vendas anuais de vários milhões de unidades – só nos EUA, em 2016, vendeu 820.799 unidades da pick-up F-Series, e mais de 2,5 milhões de automóveis no total, contra os 76.230 veículos comercializados pela Tesla em todo o mundo durante o mesmo período.

Mas o mercado bolsista vive tanto de dados concretos como da especulação e de expectativas. E, nesse particular, parece ser determinante a chegada ao mercado do terceiro modelo da Tesla, o célebre Model 3, e a notícia, como sempre veiculada pelo seu CEO, Elon Musk, de que o respectivo desenvolvimento corre a bom ritmo – para o que até publicou um vídeo de uma unidade de pré-produção a circular na via pública, dando assim a entender que deverá ser cumprido o plano de o lançar comercialmente, no mercado doméstico, ainda durante 2017.

De recordar que a Tesla afirma ter cerca de 400 mil pré-encomendas para o Model 3, um quatro portas totalmente eléctrico, capaz de cumprir os 0-100 km/h em menos de seis segundos e de oferecer uma autonomia na casa dos 350 km. E que, com um preço de entrada nos EUA de 35 mil dólares (cerca de 32 mil euros), não só será o primeiro modelo “não exótico” da marca de Palo Alto nesta matéria, como acabará por competir directamente com propostas bem “terrenas”, como o Chevrolet Bolt (Opel Ampera-e na Europa) ou o Nissan Leaf da próxima geração (que deverá estar à venda ainda antes do final do ano, depois da estreia em público em Setembro, no Salão de Frankfurt).

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