Mais de 110 mil chineses morrem por ano devido à contaminação do ar provocada pelas fábricas que produzem para a União Europeia e para os Estados Unidos, conta o El País citando um estudo recente. A pesquisa, levada a cabo pelo economista e investigador Dabo Guan, foi a primeira a calcular os impactos na saúde do comércio internacional e da poluição atmosférica. Em análise estiveram dados da contaminação de partículas poluentes em todo o mundo, no ano de 2007. Essas partículas conseguem entrar nos alvéolos dos pulmões e podem chegar à corrente sanguínea, provocando doenças respiratórias e cardiovasculares.
Guan admitiu que a falta de rigor nas leis da poluição chinesas é a grande responsável por esta mortalidade.
Algumas regiões apenas consomem, enquanto as outras que produzem sofrem os efeitos na saúde. Se o preço dos produtos importados é baixo porque as leis da poluição nas principais regiões de produção são menos rigorosas, então a poupança dos consumidores poderia ser aproveitada para o custo de vidas perdidas nas outras regiões”, referiu o investigador.
China pode evitar três milhões de mortes prematuras por ano se reduzir poluição do ar
Qiang Zhang, investigador especializado em química atmosférica da Universidade de Qinghua, em Pequim, considera uma mais valia a criação de medidas para combater o problema.
Os países desenvolvidos deveriam incentivar o consumo responsável para diminuir os efeitos negativos no meio ambiente. E os países em desenvolvimento deveriam melhorar a eficiência das economias do país para reduzir as emissões poluentes locais”, explicou Zhang.
O estudo foi publicado pela revista Nature e contou ainda com a participação de vários investigadores de importantes instituições da China e dos Estados Unidos, como o Instituto de Tecnologia da Califórnia e as Universidades de Princeton e Pequim.
Pequim. Vídeo mostra avanço “apocalíptico” de poluição em apenas 20 minutos