A Probe.ly promete revolucionar o mercado da segurança informática. A startup venceu a 3ª edição do Caixa Empreender Award e por isso recebeu um investimento de 100 mil euros da Caixa Capital, segmento para o capital de risco do Grupo Caixa Geral de Depósitos.

O CEO da Probe.ly, Nuno Loureiro, e a restante equipa desenvolveram um software com o mesmo nome que trabalha como uma sonda (“probe”, em inglês) para descobrir vulnerabilidades nas aplicações Web. Direcionado para programadores informáticos tem como objetivo encontrar os pontos fracos das apps, sugerindo correções para os problemas.

O prémio é o reconhecimento de muitas horas de trabalho árduo para esta equipa de seis elementos altamente especializados. “Foi uma pequena explosão de alegria, importante não apenas pelo financiamento da Caixa Capital, mas também pela divulgação da startup”, adianta Tiago Mendo, CTO da Probe.ly.

A vitória é um voto de confiança para o futuro e para fazer cada vez melhor. “Existe o peso da responsabilidade, mas estamos orgulhosos e confiantes para enfrentar o desafio”, explica João Poupino, security engineer.

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Para a recém-criada empresa, que nasceu oficialmente em abril de 2016, mais portas vão abrir-se com novas oportunidades para crescer. A certeza é de Bruno Barão, outro programador da equipa de segurança. Depois da vitória, a Probe.ly já foi contatada por mais de uma dezena de empresas interessadas em parcerias ou potencialmente em investir.

Em dezembro, a startup foi considerada a mais promissora da edição de Outono do Lisbon Challenge, o programa de aceleração de startups promovido pela Beta-i, em que recebeu um investimento de 75 mil euros pela Caixa Capital.

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Software pensado para o mercado internacional

Neste momento a versão beta do Probe.ly está a ser testada por várias empresas, incluindo no Líbano, em Beirute. A previsão é de que o produto possa estar a ser comercializado “dentro de um mês ou dois”, explica Nuno Loureiro. A ideia é conquistar o mercado e a prioridade será contratar uma pessoa da área do marketing e vendas.

O Probe.ly está armazenado na cloud, o que permite a qualquer cliente de qualquer país aceder ao software. “Não faz sentido pensar só no mercado português, pretendemos atingir uma escala mundial”, explica Tiago Mendo. “Se vamos avançar primeiro nos países europeus ou nos Estados Unidos, isso depende das oportunidades que surgirem”, acrescenta Nuno Loureiro.

Para ser empreendedor é necessário ter uma atitude pró-ativa, consideram estes programadores que trabalham num ambiente descontraído, no centro de Lisboa, no espaço de incubação da Bright Pixel, que se posiciona como “company building studio” e aposta em ajudar a crescer startups inovadoras.

“A Probe.ly começou com a saída do Sapo, onde trabalhávamos juntos, e a criação da Bright Pixel pela Sonae Investment Management e pelo Celso Martinho, cofundador do portal. A Sonae investiu na Bright Pixel, que investiu em nós”, explica Tiago Mendo.

A cumplicidade entre os elementos da Probe.ly só é possível com muitos anos de programação em conjunto. “A equipa é coesa e a confiança é fundamental. Conhecemos as personalidades uns dos outros e isso ajuda muito”, explica Hugo Castilho, software engineer.

Probe.ly: um risco calculado

Para estes profissionais da área das tecnologias, o risco de começar uma startup foi calculado. “Todos os dias recebemos propostas de trabalho no Linkedin”, explica Nuno Loureiro, 42 anos. Se não tivesse essa segurança arriscava? “Talvez não, afinal tenho família e filhos, já não estou a começar agora, a sair da faculdade.”

O CEO da Probe.ly diz que muito tem mudado na área da segurança informática nos últimos anos. Se antes os hackers quase entravam nos sites por brincadeira, atualmente a pirataria informática tornou-se um negócio lucrativo. Em jogo, pode estar a sobrevivência ou não de uma empresa. “Muitas empresas já fecharam depois de um ataque informático”, lembra Nuno Loureiro, realçando que num mundo globalizado em que tudo está online, a segurança das aplicações na Internet é fundamental e pode afetar a vida de todos.