A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu esta quinta-feira perante os restantes líderes do Partido Popular Europeu (PPE) que o acordo com a Turquia sobre os refugiados é uma demonstração prática dos “valores europeus”.

Merkel afirmou que a União Europeia (UE) “deve proteger as suas fronteiras exteriores” e “não pode deixar entrar qualquer pessoa que queira” fazê-lo.

No entanto, admitiu que os 27 têm “uma responsabilidade humanitária” perante os países vizinhos que assumem uma grande procura por parte de imigrantes e refugiados.

“Perante a Síria, a Líbia ou a Turquia não podemos olhar para o lado. Foi correto aprovar o acordo com a Turquia. Fizemos bem”, disse Merkel, que em setembro se recandidata às eleições legislativas contra o social-democrata Martin Schulz.

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Merkel, que protagonizava uma das últimas intervenções no Congresso do PPE em La Valetta, não fez qualquer menção ao incumprimento dos compromissos de cada país com os refugiados, que a própria Comissão Europeia criticou esta semana.

Um ano depois da assinatura do acordo entre a UE e a Turquia para o controlo da crise dos refugiados, as chegadas de migrantes diminuíram drasticamente, mas ainda ficam acima das deportações.

Aproximadamente 30.000 pessoas chegaram à Grécia desde 20 de março de 2016, um número muito inferior aos 989.000 registados nessa mesma data de 2015, segundo dados da Comissão Europeia (CE), enquanto apenas 916 pessoas foram deportadas para a Turquia ao abrigo do acordo.

O peso da crise migratória para a Grécia também se reduziu pouco, já que apenas 10.000 imigrantes foram transferidos para outros países da UE, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o que continua a deixar acima de 62.000 o número de refugiados no país.