O ano de 2016 confirmou a tendência anterior de descida da criminalidade em Portugal, mas também viu um aumento dos riscos de um atentado terrorista em território nacional. São essas as principais conclusões do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), que vai ser apresentado esta sexta-feira ao parlamento depois de ter sido aprovado na véspera pelo Conselho de Segurança Interna.

Segundo o Diário de Notícias, que teve acesso prévio ao relatório, os analistas das Secretas falam em “indícios já detetados” do “agravamento de alguns fatores de risco”. Ainda assim, é sublinhado os “indícios” que sustentam esta conclusão não estão “diretamente relacionados com o planeamento e execução de atentados em Portugal, mas sim com o apoio às estruturas terroristas a operar no exterior, em particular na Europa e na região sírio-iraquiana”.

Ainda recentemente, no dia 23 de março, a Polícia Judiciária deteve Abdessalam Tazi, um marroquino de 63 anos que estaria alegadamente a financiar e recrutar jovens portugueses para o Estado Islâmico. A detenção foi feita na Alemanha, já depois de o suspeito ter saído de Aveiro, onde era vigiado pelas autoridades portuguesas. Além disso, o RASI refere como “fator de preocupação acrescida” a presença de “indivíduos com nacionalidade portuguesa na região de conflito sírio-iraquiana”, realçando os “riscos associados ao seu potencial regresso a Portugal ou a outro país europeu”.

Igualmente de acordo com o Diário de Notícias, quando comparados com os últimos 15 anos, a criminalidade geral desceu 7,1%. Dentro desta categoria, a maior queda cabe à criminalidade grave, que caiu em 11,6% no mesmo período. Os roubos por esticão diminuíram em 24,4% e os outros tipos de roubo na via pública também caíram em 7,7%. Além disso, os furtos dentro de automóveis tiveram um decréscimo de 15,5% nos últimos 15 anos.

Ainda assim, apesar da tendência geral, houve três categorias de crime violento e grave que aumentaram. São o roubo em transportes públicos (0,5%), a ofensa à integridade física grave (11,1%) e a extorsão, que subiu em 53,7% nos últimos 15 anos.

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