Houve de tudo. Umas com mais piada, outras com menos, algumas com requintes de malvadez, tal foi o trabalho a que se deram alguns departamentos de comunicação para construir press releases de tal maneira elaborados que, do lado de cá, o pensamento só podia ser um: “Isto está tão bem explicadinho, que não pode ser mentira…”

Mas podia… e era. É ler para crer (ou talvez não). Fique com uma selecção de petas automóveis e partilhe connosco a sua opinião. Em qual acreditaria mais facilmente? E qual é a mais divertida? No reino da patranha, que marca automóvel tem mais jeito para o engodo?

Lexus propõe nova ajuda à condução: o “tira-me esse empata da frente”

A ideia é genial e, certamente, contribuiria para um trânsito muito mais fluido. A Lexus fez saber que desenvolveu um novo sistema de assistência ao condutor, designado Lane Valet, que, numa interpretação mais livre, se poderá traduzir como “baza”.

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Está a ver aquelas situações em que você vai num ritmo típico de quem está acordado, até que se depara com um condutor que segue à sua frente, mas que aborda a auto-estrada com a mesma velocidade de quem se está a virar na caminha? Desconcertante, não é? Pois é. Quando o pisca não chega, nada como carregar num botãozinho para o fazer desaparecer. Ora veja e confesse. Too good to be true, right? (demasiado bom para ser verdade, não é?)

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Honda até apita. Com efeitos especiais

Outra solução que, acreditamos nós, a maioria dos condutores receberia com agrado. A Honda propôs-se revolucionar aquela ferramenta essencial de comunicação no tráfego – sim, o apito. A verdade é que desde que foi introduzida nos automóveis, a buzina pouco evoluiu. Mas há buzinadelas e buzinadelas. Consciente disso, a marca nipónica pôs o seu “laboratório de sonhos” a trabalhar num apito ao estilo emoji. Nada como ouvir:

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McLaren e a galinha dos ovos de ouro

Em vez de uma pintura metalizada, fazer do 570GT uma espécie de penacho sobre rodas seria algo de gosto duvidoso. Mas a McLaren garantia que as penas só pesavam 2,5 kg e faziam maravilhas ao conforto de rolamento

Se é daqueles (crédulos) que acha que o universo dos opcionais é um mundo cheio de possibilidades e que os extras estão longe de terem sido todos inventados, o mais natural é que acreditasse que a McLaren tinha inventado agora um revestimento muito maluco para o 570GT. E isto porquê? Porque a marca de Woking fez saber que estaria disponível, a partir de ontem, um revestimento de penas para o seu superdesportivo.

OK, convenhamos que ver um carro que parece ter entrado a 100 e saído a 200 km/h de um galinheiro, trazendo consigo toda a criação, não é uma imagem muito apelativa. Mas a McLaren explicava tudo, “tim tim por tim tim”. E até chamou a ciência à baila. Começava a fazer sentido…

Saiba o leitor que dá pelo nome de biomimética a área da ciência que estuda as estruturas e os processos das entidades biológicas, e as suas funções, com vista à sua replicação e aplicação em criações mais humanas. E, afirmava a marca, seria precisamente esse o intuito do Feather Wrap criado pela sua divisão de veículos especiais, a McLaren Special Operations (MSO).

Para já destinado ao 570GT, este original revestimento consistiria em aplicar 10.000 penas sintéticas com 7 cm de comprimento, sobre a carroçaria do veículo, com um verniz com efeito pérola, paralelamente ao sentido de marcha, através de um processo totalmente manual, que demoraria 300 horas. E tanto trabalhinho para quê? Para suavizar os efeitos da deslocação do ar sobre a carroçaria do modelo. Explicava a McLaren que as penas actuam como sulcos, assim reduzindo a resistência aerodinâmica, já que, com o aumento da velocidade, começam a vibrar, prorrogando o limite a partir do qual a deslocação do ar transita de um padrão laminar para outro marcado pela turbulência. A teoria é elaborada (é um facto), mas temos pena… E não acreditámos na promessa de que tanta pena junta resultasse num acréscimo de eficácia aerodinâmica.

Skoda: “simply liar”

Na marca checa, ultimamente tudo gira em torno do seu primeiro SUV, o Kodiaq, que ontem foi pau para toda a obra.

Primeiro, a Skoda tratou de apresentá-lo com uma roupagem de competição, assim argumentando que já tinha arma para competir numa subcategoria criada pela FIA par o WRC, reservada a SUV e crossovers. O Kodiaq WRC levaria os seus sete lugares para as pistas mais tortuosas e estaria apto a superá-las com uma série de alterações que lhe reforçariam a aerodinâmica sem, contudo, poder acusar mais de 1.650 kg, por um posição regulamentar da FIA. O motor, esse, seria um 2 litros turbo a gasolina. E o conjunto iria iniciar os testes para, em Janeiro do próximo anos, apresentar-se na grelha de partida do Rali de monte Carlo.

Não satisfeita com este comunicado “simply clever”, a marca de Mladá Boleslav anunciou a disponibilização de um serviço inovador no Reino Unido: o aluguer de famílias. É verdade – quer dizer, é mentira.

Segundo a Skoda, os proprietários do Kodiaq que não tivessem uma família numerosa, poderiam à mesma dar uso aos sete lugares do SUV. Como? Mandando vir – não pizza para sete, mas sete para ocupar os bancos do Kodiaq. E até estaria disponível um configurador online que permitiria encomendar uma família perfeita, à medida das necessidades de cada um. O que seria tão fantástico que… esta mentira, poucos comprariam.

Mini no tamanho, maxi na degustação

A conhecida marca britânica não foi de modas e – talvez inspirada pelo protótipo criado pela Peugeot para vender ostras, de forma ambulante – decidiu propor aos seus clientes a possibilidade de fazer algum dinheiro com o seu automóvel. A receita é simples: bastaria investir 1.959€ num kit específico John Cooker Works e arregaçar as mangas para mostrar serviço.

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Qualquer Mini Cabriolet poderia assim converter-se numa autêntica máquina de venda ambulante, com direito a uma bancada para preparar as comezainas, a um fogão de indução com exaustor (para cozinhá-las) e a um porta-bagagens refrigerado (para preservar a integridade dos alimentos). Verdade seja escrita, grande parte de nós já terá comido petas mais mal-amanhadas.

Dacia Sundero: só se bronzeia quem quer

Todos nós sabemos que, no Reino Unido, são mais os dias em que chove do que os que não. Percebendo aqui um “claro” potencial de negócio, a divisão local da Dacia propôs um Sandero especial – o Sundero. Entre o creme hidratante a loção para bronzear, o único risco de não ficar no tom pretendido seria o de continuar com cinto de segurança durante o tratamento. Confuso? O melhor é ver o anúncio:

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À procura de Nemo… de Smart

A marca da Daimler faz tudo for you. Já propõe o ForTwo e o ForFour, mas a grande novidade seria anfíbia: o ForSea, convenientemente apelidado de “Finding Nemo”. O descapotável de dois lugares poderia atingir uma velocidade de cruzeiro de 10 nós. Porém, em casos extremos, os 15 nós seriam uma marca alcançável – como convém, aliás, não vá dar-se o caso de o peixe estar equipado com umas barbatanas GT e conseguir escapar…

Nota técnica: o Titanic (em ponto pequeno) da Smart seria impulsionado transferindo a potência do motor para um jacto de água.

O afundanço da BMW mete quatro patas

No dia das mentiras, o construtor bávaro brilhou ao mais alto nível. Como? Propondo um cesto (especial de corrida) para cães. Concebido para o melhor amigo do homem, o dDrive seria, por isso, revestido a Alcantara. Quanto a cores, haveria uma dúzia à escolha, mas o que deveria deixar qualquer cão de orelhas espetadas seria a possibilidade de optar por um de três modos de condução, com a propulsão a ser assegurada por uma ventoinha TwinPower Turbo em fibra de carbono.

Lotus: quem não tem cão, caça com gato

É mentira… mas lá que fica fofinho na fotografia, fica

A nota de imprensa foi libertada com embargo: só poderia ser divulgada dia 1 de Abril. E, logo por aí, a dúvida instalou-se. Com a agravante de que o conteúdo era felino: um capacete especialmente desenvolvido para gatos que fazia a magia de pesar menos do que uma lata de Whiskas! Posto na balança, acusaria apenas 25 gramas. Ou seja, uma autêntica pluma, capaz de arrancar um “miau” a qualquer humano amante de bichanos.

Para o Hyundai, o céu é o limite

Num rasgo de inovação, a marca sul-coreana informou que iria passar a disponibilizar um serviço de grande utilidade, denominado Click to Fly. Na prática, esta mentira consistia em passar a oferecer a entrega de carros, recorrendo a uns possantes drones. Daqueles tão possantes, tão possantes, que ainda nem existem. Mas seriam capazes de transportar por ar e deixar-lhe à porta de casa um Santa Fe, que pesa só 2.038 kg.

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