A agência de notação financeira Standard & Poor’s estima que o nível de endividamento dos países africanos vá cair 19%, para 43 mil milhões de dólares por causa das desvalorizações cambiais e das dificuldades económicas destes países.

“A S&P Global Ratings prevê que os 17 países da África subsaariana cujo crédito soberano avaliamos vá pedir emprestado o equivalente a 43 mil milhões de dólares de fontes comerciais de longo prazo, o que representa uma queda de 19% face à emissão de dívida no ano passado”, diz o relatório enviado aos investidores.

No documento, a que a Lusa teve acesso, a S&P atribui esta descida “à forte depreciação das moedas nacionais e às dificuldades económicas, que obrigaram os países a abrandar o ritmo” de pedido de empréstimos ou de emissões de dívida pública.

“Até países que historicamente têm um nível de pedido de endividamento alto, como a África do Sul ou Angola, vão reduzir as emissões de dívida planeadas para este devido às pressões para consolidar as suas necessidades”, escrevem os analistas da S&P, que sublinham que este ano “47% do endividamento bruto, cerca de 20 mil milhões de dólares, vai ser usado para refinanciar a dívida de longo prazo, o que compara com 38% (cerca de 20 mil milhões de dólares) em 2016”.

Assim, continuam, o volume de dívida comercial dos países da África subsaariana seguidos pela agência de ‘rating’ vai chegar aos 323 mil milhões de dólares no final deste ano, o que eleva o total da dívida (comercial e concessional) para 446 mil milhões de dólares.

“O segundo semestre do ano passado foi difícil para a maioria destes países; África sofreu muito com a descida do preço do petróleo, porque muitas economias estavam bem num ambiente de preços elevado, e foram bastante atingidas pela queda”, comentou o analista Ravi Bhatia, responsável pelo departamento de análise dos países africanos.

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