O ministro da Defesa de Angola disseesta terça-feira, na província do Huambo, que a paz e a reconciliação nacional permitiram ao Governo “trabalhar seriamente” para a melhoria de vida dos angolanos, contudo, “longe de satisfazer todas as necessidades”.

João Lourenço, que falava em representação do chefe de Estado, discursava esta terça-feira no ato central alusivo aos 15 anos do alcance da paz em Angola, depois de décadas de guerra que o país enfrentou.

No seu discurso, o governante angolano descreveu todos os benefícios que o país conheceu desde a paz, em 2002, em todos os setores da vida social e económica.

Segundo João Lourenço, a satisfação plena de todas as necessidades da “grande maioria da população” não foram ainda atingidas, devido “ao elevado crescimento demográfico, agravado com a crise resultante da baixa dos preços do principal produto de exportação, o petróleo bruto”.

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“Os angolanos que acreditaram ser possível ultrapassar as nossas diferenças e fazer a paz já demonstraram serem também capazes de construir um futuro melhor”, sublinhou João Lourenço.

Na sua intervenção, o titular da pasta da Defesa de Angola lembrou que este ano o país realiza eleições, ato normalizado “com a paz e a estabilidade que o país alcançou”.

“Normalizamos o calendário de realização de eleições periódicas em cada cinco anos, estando previstas para agosto do corrente ano, aquelas que serão as quartas eleições, após o estabelecimento da democracia e do multipartidarismo no nosso país”, frisou.

João Lourenço, que é também candidato do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, exortou a todos os atores políticos, aos partidos políticos, ao povo em geral, “a participar desta grande festa da democracia, com civismo e alto sentido de responsabilidade para a eleição do partido político e do Presidente da República, que assumirão a grande responsabilidade de dirigir os destinos de Angola, nos próximos cinco anos”.

“Estamos confiantes, inspirados na sabedoria dos nossos antepassados, na fé e no patriotismo dos angolanos, que vamos realizar eleições livres e justas, onde todos os eleitores conscientemente terão a oportunidade, a liberdade de decidir pelo futuro de Angola”, concluiu.

Angola ficou em paz a 4 de abril de 2002, marcada pela assinatura de um Memorando de Entendimento, complementar ao Protocolo de Lusaca, entre as forças militares governamentais e da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), já sem o líder daquela força política, Jonas Savimbi, morto em combate a 2 de fevereiro do mesmo ano.

Até 4 de abril de 2002, a guerra civil seguiu-se à proclamação da independência, a 11 de novembro de 1975, deixando mais de 500.000 mortos e quatro milhões de deslocados.