Um ex-engenheiro da Google, destacado para trabalhar no departamento para a Condução Autónoma, mas de onde entretanto já saiu, está a ser processado pela companhia, sob a acusação de quebra de contrato. Entre outros motivos, por supostamente ter aliciado outros engenheiros para irem trabalhar para a rival Otto. Isto durante um período que, só da Google, terá recebido 120 milhões de dólares, ou seja, cerca de 112,5 milhões de euros.

Mais do que o processo judicial em si, são os valores agora revelados que mais surpreendem. Os quais demonstram, igualmente, o quão determinadas as companhias estão em liderar o desenvolvimento da tecnologia de condução autónoma e serem as primeiras a lançar um automóvel capaz de conduzir-se sozinho.

Segundo avança a Automotive News, com base em informações divulgadas pela agência noticiosa Bloomberg, em causa estão as práticas de Anthony Levandowski, um ex-engenheiro da Waymo hoje em dia a trabalhar na Uber Technologies Inc., durante o período em que mantinha um contrato de trabalho com a Google.

A tecnológica acusa-o igualmente de ter ainda ajudado a criar outras duas empresas concorrentes – Odin Wave LLC e Tyto Lidar LLC -, dedicadas ao desenvolvimento da tecnologia de sensores laser, durante um período em que mantinha uma ligação contratual à Google, e apesar do seu contrato conter uma cláusula de não-concorrência.

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Segundo o mesmo processo judicial, as duas companhias terão acabado por fundir-se em Fevereiro de 2014, ou seja, pelo menos um ano depois de Levandowski começar a colaborar com a Odin Wave. Isto, ao mesmo tempo que desenvolvia tecnologia idêntica para a Google.

Além da acção judicial contra o seu ex-engenheiro, a Waymo mantém, igualmente, uma disputa em tribunal com a Uber, a qual acusa de apropriação ilegal da tecnologia de condução autónoma por si desenvolvida. Processo que a multinacional prestadora de serviços electrónicos na área do transporte privado urbano tem, no entanto, procurado transferir para a arbitragem privada, retirando-o dos tribunais.

No início, o programa do carro autónomo da Google previa apenas compensações financeiras para todos os engenheiros que, embora trabalhando para a empresa-mãe, contribuíssem para o desenvolvimento do projecto. No entanto, com a evolução e progressivo crescimento do projecto, o qual acabou mesmo por dar origem a uma subsidiária denominada Waymo, vários desses engenheiros passaram a receber verdadeiras somas milionárias, avança a Bloomberg.

Apesar de contactadas para comentar, nenhuma das empresas, assim como o próprio Anthony Levandowski, quiseram comentar o caso.