A Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) garante que a população e a Junta de Freguesia de Carnide estavam informadas da colocação dos parquímetros retirados pelos munícipes durante a noite em protesto. Em declarações à agência Lusa, Helena Carvalho, diretora de Institucionais e Cidadania da EMEL, disse estranhar a posição do presidente da Junta de Freguesia, afirmando que o autarca não se manifestou contra quando se falou do assunto na reunião descentralizada ocorrida em janeiro.

“Em janeiro, na descentralizada, o presidente da junta estava lá e não se manifestou. Aliás, estive a rever as atas dessa reunião e não encontrei qualquer posição dele relativamente a este assunto”, disse a responsável. Na noite de quarta-feira, os moradores de Carnide retiraram os parquímetros que tinham sido colocados na semana passada em protesto pela sua instalação naquela zona histórica da freguesia.

Em declarações à Lusa na quarta-feira, o presidente da junta explicou que os sete parquímetros serão levados para os Paços do Concelho “sob a guarda da população e da junta” e que os moradores os pretendem entregar pessoalmente hoje ao presidente da autarquia de Lisboa, Fernando Medina, ao final da tarde.

Os moradores alegam que os parquímetros lhes foram impostos sem consulta prévia, uma posição contrariada pela EMEL.

À Lusa, Helena Carvalho contou que a EMEL já desde janeiro tinha autorização do presidente da Câmara de Lisboa para entrar nesta zona de Carnide, “muito pressionada sob o ponto de vista do estacionamento”. “Quando há jogos de futebol [no estádio da Luz] os carros amontoam-se junto às habitações e esta população, que é idosa, se precisar de ir ao médico, nalguns casos tem de sair pela janela”, afirmou.

A responsável explicou que a população também foi informada pela EMEL, através de flyers e de um pequeno jornal, “onde eram explicadas as vantagens das alterações e a aconselhar [os moradores] a tratar do dístico de morador para estacionamento”. “Fizemos inclusive ações de sensibilização, onde as pessoas eram informadas mas não havia ainda multas. Quando começaram as pinturas no chão é que os problemas começaram a surgir”, explicou. “Toda a gente estava informada. Parece-me que o presidente da junta mudou de opinião de janeiro para cá, provavelmente por outras questões que queria ver resolvidas na sua freguesia pela câmara municipal, mas isso não é matéria da competência da EMEL”, acrescentou.

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