A EDP fechou um acordo para vender as redes de gás que detém em Portugal à REN (Redes Energéticas Nacionais). A empresa liderada por Rodrigo Costa vai passar a gerir a infraestrutura de distribuição de gás no Norte de Portugal que cobre 29 concelhos, incluindo o do Porto.

No entanto, e por força das restrições regulatórias, a atividade de comercialização fica excluída da transação. Isto significa que a EDP Gás será retirada do perímetro do negócio, mantendo a EDP o serviço de fornecimento a clientes de gás natural. A REN está impedida de desenvolver atividades de comercialização de energia, uma vez que tem a concessão da exploração das infraestruturas de energia, prestando serviço a todas as empresas de energia. Para além das redes de transporte (muito alta tensão) de eletricidade, a REN gere ainda o gasoduto, o terminal de Sines e as cavernas de armazenamento de gás natural, tudo atividades reguladas.

O negócio valorizou a EDP Gás em 532 milhões de euros e a REN vai financiar esta aquisição com um aumento de capital que visa obter um encaixe de 250 milhões de euros. A oferta publica de venda das novas ações dará prioridade aos atuais acionistas da REN. Esta operação terá ainda de ser aprovada pelos acionistas em assembleia geral. A REN irá também recorrer a empréstimos para assegurar o financiamento do negócio.

Quem são os maiores acionistas da REN

Estrutura acionista da Redes Energéticas Nacionais

A gestora das redes energia justifica a aquisição como sendo umaoportunidade única para a REN atingir uma maior integração infraestrutura doméstica core de gás natural”. A EDP Gás, que inclui a infraestrutura da Portgás, tem a segunda maior rede de distribuição de gás em Portugal, com uma rede de 4.640 km e uma base de ativos regulados de cerca de 451,6 milhões de euros.

Com esta operação, que se segue à venda da Naturgás em Espanha, a EDP abandona o negócio de distribuição de gás natural na Península Ibérica. A alienação permite reforçar os “objetivos de desalavancagem delineados pela EDP, bem como aumentar o nível de integração do modelo de negócio da EDP”, refere a empresa em comunicado.

O desinvestimento nas redes de gás representa uma refocagem da estratégia em ativos de eletricidade, com foco para as energias renováveis, o que levou ao lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o capital disperso da EDP Renováveis. A alienação das infraestruturas de gás natural em Espanha e em Portugal representará um encaixe da ordem dos três mil milhões de euros para a empresa liderada por António Mexia.

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