Com a preocupação com o aquecimento global do planeta cada vez mais presente nas estratégias levadas a cabo na Europa, tanto por governos, como por empresas, já o mesmo parece não se passar nos EUA, onde a realidade parece ser bem diferente. Desde logo, com a actual administração Trump a desvalorizar a importância de quaisquer testes de controlo aos consumos e emissões dos automóveis comercializados no país, anunciando a intenção de cortar em 99% os apoios estatais a este programa de fiscalização.

A notícia é avançada pelo norte-americano Washington Post, recordando que, caso a proposta do presidente norte-americano Donald Trump venha a ser aprovada, tal praticamente acabará com os testes de verificação às emissões e consumos dos veículos, por parte da Agência de Protecção Ambiental dos EUA.

A proposta governamental, refere a mesma fonte, prevê o corte de 48 milhões de dólares no apoio financeiro que a administração federal concede para a realização dos testes oficiais que servem de base para a homologação dos veículos vendidos no mercado norte-americano. Valor que equivale a 99% do orçamento do programa e que, basicamente, segundo refere a responsável pelo Departamento de Transportes e Qualidade do Ar, Margo Oge, na administração Obama, “levará ao encerramento do laboratório que realiza os testes”.

A par deste corte, a proposta de Donald de Trump prevê igualmente que os fabricantes de automóveis e motores passem a pagar mais pelos testes, que são obrigatórios para a homologação dos veículos. Sendo que, embora neste momento não seja ainda conhecido o valor previsto em termos de aumento das taxas, os construtores mostram já preocupação com os atrasos que estas alterações trarão, tanto à legalização dos veículos, como na posterior entrega dos mesmos aos clientes.

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Comentando estas possíveis alterações, um porta-voz da Agência de Protecção Ambiental (EPA, em inglês), John Konkus, recordou apenas, em declarações publicadas pela Automotive News, que “a EPA pode servir, de forma efectiva, os contribuintes, ao mesmo tempo que protege o ambiente”. Sendo que, “enquanto em Washington muitos insistem em maiores gastos, a EPA está focada em criar mais valor e alcançar resultados reais”.

Entretanto, a administração Trump prometeu já a divulgação de uma versão mais detalhada do orçamento para Maio, isto depois de, no passado mês de Março, ter ordenado uma revisão dos valores oficiais, implementados pela administração Obama, relativamente à eficiência nos consumos dos veículos que circulam nos EUA.

Refira-se ainda que, caso a proposta de Donald Trump venha a ser efectivamente aprovada, também o orçamento total da EPA acabará cortado em cerca de 31%. Obrigando ao encerramento de mais de 50 programas actualmente em curso, assim como ao despedimento de cerca de 168 dos 304 funcionários que trabalham neste organismo federal, a tempo inteiro.