Uma das melhores coisas da Festa do Jazz no Teatro São Luiz, em Lisboa: não é preciso saber quem vai tocar para querer ver e ouvir o que por lá se passa. E isto não é deixar o cartaz para segundo plano, é precisamente o contrário. Este fim de semana, de 7 a 9 de abril, é o fim de semana da edição número 15 e vai acontecer outra vez o que acontece sempre: o surpreendente encontro entre a tradição e os visionários, entre o que foi e o que vai ser o jazz.

Escolas, consagrados, virtuosos, experimentalistas, combos, big bands. Estão todos lá, uns com bilhete pago, outros de entrada livre, para dar “concertos”, seguindo as regras mais habituais da palavra, ou para as jam sessions, sem rede nem mapa, para quem sabe e para quem pode. É uma montra gourmet para os visitantes, mas também é um momento único para quem participa, especialmente para os que vão começando.

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A Festa é um desafio para artistas que se lançam ao palco, um privilégio para quem está a vê-los e a ouvi-los. É um bom negócio, na verdade. O músico e compositor Carlos Martins continua a ser o mentor de tudo isto, ele e a associação Sons da Lusofonia. E escreve Martins na apresentação deste ano:

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“Nesta 15ª edição destacamos o trabalho desenvolvido em parceria com escolas de todo o país. Este é um dos mais evidentes reflexos do trabalho desenvolvido ao longo do ano pela Associação Sons da Lusofonia e um espelho da vitalidade do jazz em Portugal e da importância de um espaço como a Festa. É na Festa do Jazz que os jovens talentos dão publicamente os primeiros passos nas suas carreiras, de uma forma sustentada e sólida”

A Festa do Jazz começa esta sexta à noite, que é quando as festas começam, já se sabe. Faz-se com as escolas superiores de música, com showcases, com a big band que os junta e com a jam session tardia (a madrugada serve bem este tipo de coisas). Os restantes dias também terão estudantes, que enfrentam o público e um júri. Mas sábado e domingo guarda palcos para outras apresentações.

É provável que o cenário de enchente se repita este fim de semana no São Luiz

Dia 8 há Clocks and Clouds e Joana Machado, há Bruno Pernadas e José Salgueiro. E no fim encerra-se a noite com o Conservatório de Coimbra e mais uma sessão de improviso. Dia 9 tem na agenda o Pedro Neves Trio, Cícero Lee, Luís Barrigas e a Lisboa Freedom Unit. E ainda que seja domingo, rapaziada, isto é jazz. Daí que a partir das 21h30 começa tudo outra vez, com João Mortágua, os All Stars de Michael Lauren e os obrigatórios prémios da Festa. O combo da Escola Superior de Música de Lisboa dá a banda sonora da despedida para quem não ficar para a última das jam sessions.

A Festa do Jazz é um desafio, sempre foi, mas Carlos Martins diz que a ideia é ir mais longe: “É agora necessário dar um passo há muito desejado, o de criar a primeira rede de promoção do jazz português, uma plataforma que combata a periferia e crie uma estratégia para a promoção da cultura nacional”. Do improviso e até onde for possível, é tudo jazz.

Cartaz completo e todos os detalhes sobre a programação da Festa do Jazz no site oficial do Teatro São Luiz. Os espectáculos no Jardim de Inverno têm entrada gratuita. Os passes de 1 dia para as salas Luís Miguel Cintra e Mário Viegas custam 12 e 8 euros respetivamente. Os de dois dias custam 18 e 12 euros.