Os trabalhadores do INEM realizam esta sexta-feira um dia de greve e uma manifestação para exigir que os técnicos de emergência pré-hospitalar passem a ter um vencimento de acordo com a nova carreira, aprovada há cerca de um ano. A greve de 24 horas e a manifestação, que se realiza entre as instalações do Instituto Nacional de Emergência Médica e o Ministério da Saúde, são promovidas pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFP). “Os trabalhadores do INEM decidiram fazer a greve e uma manifestação devido à ausência de resposta do Ministério da Saúde no que diz respeito à aplicação da carreira especial do INEM”, disse à agência Lusa Luís Pesca, da FNSTFP.

Segundo Luís Pesca, a carreira de técnico de emergência pré-hospitalar foi “falsamente negociada com os sindicatos” e quase um ano depois de ter entrado em vigor “nenhum trabalhador do INEM aufere pela remuneração que essa carreira prevê”. “Ainda nenhum trabalhador transitou para esta carreira, não houve efeitos práticos do ponto de vista remuneratório”, sustentou, avançando que são cerca de 600 trabalhadores que estão nestas condições, designadamente os técnicos de ambulância do INEM e operadores dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

Luís Pesca afirmou que estes trabalhadores passaram a ter uma carreira especial, mas “apenas no nome”, porque na realidade “não há qualquer efeito do ponto de vista remuneratório”. Nesse sentido, a Federação exige que seja feita uma emenda ao decreto-lei que cria a carreira especial para que todos os trabalhadores “possam auferir pelos valores previstos”.

A falta de pessoal no INEM, o excesso de horas extraordinárias, a nova política de recrutamento e “os graves constrangimentos à aplicação das 35 horas semanais de trabalho” são outros motivos dos protestos desta sexta-feira.Sobre o recrutamento de 100 novos trabalhadores para o INEM, Luís Pesca afirmou que vão passar a ganhar mais do que os atuais funcionários.

Segundo a Federação, a greve de 24 horas vai provocar “constrangimentos e aumentos nos tempos de espera no atendimento às chamadas” e no acionamento dos serviços do INEM. No entanto, garantiu que vão ser assegurados todos os serviços mínimos que a lei obriga. Luís Pesca afirmou ainda que só vão sair junto do Ministério da Saúde quando for obtida uma resposta às reivindicações.

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