Mariscadores, principalmente do sudoeste alentejano e costa vicentina, vão participar em ações de formação, para que optem por práticas com menos impacto na natureza, e de sensibilização para a importância de proteger os ecossistemas.

Trata-se de “fazer ações de formação [dirigidas] aos mariscadores para que tenham práticas mais adequadas, continuem a sua atividade, mas com menos impacto” na natureza, avançou hoje à agência Lusa o presidente da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), que vai desenvolver o trabalho em Portugal.

O projeto, realizado em cooperação com Espanha, na região da Galiza, Itália e Turquia, no âmbito do programa europeu Erasmus, inclui igualmente “ações de sensibilização para a importância da conservação dos ecossistemas onde vivem os bivalves para que a apanha e captura possa ser feita de forma sustentada”, explicou Tito Rosa.

“Fomos convidados a participar, principalmente a partir da Galiza, mas nós temos esses problemas na área do sudoeste alentejano e costa vicentina, onde uma parte importante do projeto vai ser desenvolvida”, referiu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em 2016, a LPN reforçou a atividade na conservação marinha e obteve a aprovação de três projetos, para executar este ano, um deles no sudoeste e costa vicentina, outro no Parque Natural da Arrábida e outro, de nível nacional, para a formação e preparação dos mariscadores na recolha de bivalves, na ótica da proteção das espécies e dos ecossistemas.

Estes projetos, referiu, visam “não tanto a conservação das espécies pelas espécies, mas [pretendem] mudar práticas e comportamentos que possibilitem atividades económicas mais sustentáveis”.

As iniciativas para as áreas protegidas do sudoeste alentejano e costa vicentina e do parque Natural da Arrábida serão desenvolvidas com recurso a apoios do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) e visam criar “um sistema de informação sobre a gestão da biodiversidade”, ou seja, monitorizar o estado dos ecossistemas naquelas zonas, especificou Tito Rosa.

Serão desenvolvidos com o ISPA, a Universidade de Lisboa e Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve, sendo a LPN o “facilitador” entre as equipas de cientistas e os participantes no terreno, de modo a que o conhecimento científico adquirido seja aplicado.