O discurso da Rússia endureceu depois do raide surpresa dos Estados Unidos à base militar do regime sírio, na semana passada. Reflexo disso é o aviso emitido via o Twitter oficial da Embaixada russa no Reino Unido onde se chega a sugerir que uma “guerra convencional” poderá ser uma consequência, isto no caso de os países do G7 virem a fazer um ultimato sobre o envolvimento russo no conflito sírio.
Neste tweet, citado pelo jornal britânico Daily Telegraph, é ainda feita uma referência sarcástica ao papel que teria o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Jonhson, como ajudante de Donald Trump, enquanto líder em tempo de guerra.
If G7 ultimatum to Russia brings us to real war,what is your trust in @realDonaldTrump as a wartime leader&@BorisJohnson as his lieutenant?
— Russian Embassy, UK (@RussianEmbassy) April 9, 2017
Nestas mensagens, a Embaixada considera ainda “deplorável” que Boris tenha sido incapaz de sustentar a posição do ocidente, ao cancelar a sua anunciada visita à Rússia.
Em vez de se deslocar ao país, para um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, Boris Jonhson irá antes viajar para Lucca, na Itália para uma reunião dos ministros do G7, que se realiza a 10 e 11 de abril. Neste encontro, os responsáveis pela política internacional dos países mais ricos devem pedir ao presidente Vladimir Putin que retire as suas tropas da Síria.
O cancelamento da viagem de Johnson, que seria a primeira deslocação de um ministro dos Negócios Estrangeiros britânico em cinco anos, surgiu na sequência de conversas com os Estados Unidos. A administração Trump vai enviar o secretário de Estado Rex Tillerson a Moscovo para entregar em mão uma mensagem clara e coordenada sobre o envolvimento russo no apoio ao regime de Bashar Al-Assad.
The decision to cancel Boris Johnson's visit to Moscow proves doubts about added value from negotiations with the UKhttps://t.co/VV73EPpUtN pic.twitter.com/xWQcdl5Rn9
— MFA Russia ???????? (@mfa_russia) April 9, 2017