Olá, hola ou Aloha — o que preferir. Cumprimentos feitos, à porta da novíssima cafetaria e mercearia do Príncipe Real, em Lisboa, fala-se vegetariano e trata-se a comida biológica por tu. A responsável Constância Franco, de 34 anos, assume o papel de tradutora e explica a carta como se fosse um manual de instruções saudável “para uma sociedade que se alimenta à base de alimentos processados, laticínios e açúcar”. Ao almoço há sempre um prato do dia (8,50€). No dia da nossa visita são beringelas no forno recheadas, arroz integral com sementes, húmus e salada com rebentos. A sopa? Creme de lentilhas com coentros. Receitas de inspiração macrobiótica, acabadas de chegar do primeiro Aloha Café em Sesimbra que abriu há cerca de dois anos.

O Aloha Café é um projeto que já estava na gaveta há uns 10 anos quando ainda não se falava da alimentação sem glúten, lactose ou açúcar. A ideia venceu um concurso de empreendedorismo jovem mas, por falta de iniciativa e independência financeira, não seguiu para a frente”, explica Constância Franco ao Observador.

Constância Franco, grávida de sete meses, é apaixonada pela alimentação saudável e a fundadora do conceito Aloha Café. (foto: Henrique Casinhas/Observador)

Só depois de fazer um curso no Instituto Macrobiótico de Portugal, de trocar Lisboa por Sesimbra e criar um blogue de alimentação saudável é que Constância ganhou coragem para abrir o primeiro espaço, em agosto de 2015. E só com o objetivo de servir refeições vegetarianas para a escola da filha. O sucesso foi tão grande que a empresária começou a pensar voltar a casa com o marido Tiago — o chefe do Aloha Café — e a segunda filha na barriga. “Tínhamos muita vontade de trazer o nosso conceito para Lisboa e apareceu esta loja no número 20 da Rua do Monte Olivete. A nossa família é de cá e fazia todo o sentido regressar a casa.”

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A cafetaria biológica, com capacidade para 17 pessoas, tem sempre os bolos e tartes do dia em cima do balcão. Cada fatia custa 3€. © Henrique Casinhas/Observador

Na mesa, só entra pão biológico (da Miolo ou da Quinoa), fruta sazonal, arroz integral, compotas sem açúcar e sobremesas vegan. De fora ficam os alimentos de origem animal mas a porção de proteína está lá, ora no tofu ora nos cogumelos, de acordo com a dose diária recomendada de um adulto. “A procura por este tipo de comida tem aumentado porque as pessoas estão doentes e, em grande parte, isso deve-se à sua má alimentação. Habituamos-nos a comprar tudo feito em supermercados porque esta cozinha efetivamente dá mais trabalho. O objetivo do Aloha Café é criar consciência alimentar”, adianta Constância Franco. Uma preocupação que a leva a servir refeições para todas as horas do dia — do pequeno-almoço ao lanche, passando por snacks — desde 25 de março de 2017.

No Aloha Café acreditamos que somos o que comemos e por isso apostamos em ingredientes naturais, de origem vegetal e biológica, fomentando a saúde e promovendo o bem estar”, defende.

É servido? Acompanhe o prato do dia (8,50€) com uma sopa e um chá frio. Há ainda quiche com salada (6,50€) e outras opções sem glúten (8,50€). © Henrique Casinhas/Observador

Para começar bem o dia, há iogurte de coco com granola e fruta (6,50€), torradas de espelta (2,60€) e papas de aveia com fruta (6,50€). Durante o fim de semana, é obrigatório provar o brunch — entre as 11h e as 16h — com cestos de pães com compota e cremes de avelã, tofu mexido, panquecas de alfarroba com fruta, saladas da época, carpaccios de tofu fumado, sumo natural do dia e uma bebida quente como café ou chá orgânico (10,9o€ ou 15,90€). Para lanchar, aconselhamos o açaí de origem biológica certificada (6,5€) ou uma fatia de bolo, tarte ou quiche (3€) de comer e chorar por mais. Por experimentar ficam só os wraps, noodles, saladas e hambúrgueres livres de batatas fritas e peso na consciência.

Nome: Aloha Café Lisboa
Morada: Rua do Monte Olivete, 20 (Príncipe Real), Lisboa
Telefone: 21 248 19 07
Horário: De terça a sábado das 9h às 20h, domingos das 10h às 16h. Fecha à segunda.
Preço Médio: 10€
Reservas: Não aceitam