A peregrinação anual à “Mamã Muxima”, o maior centro mariano da África subsaariana, a 130 quilómetros da capital angolana, vai ser antecipada em cerca de um mês, por “colidir” com a realização das eleições gerais em agosto, foi esta quarta-feira anunciado.

De acordo com a informação transmitida pelo bispo da diocese de Viana, Luanda, Joaquim Ferreira Lopes, a peregrinação, que por norma junta no início de setembro de cada ano mais de um milhão de fiéis, vai acontecer em 2017 no primeiro fim de semana de agosto.

“Realizando a peregrinação nos dias 5 e 6, todas as nossas populações ficam livres para se dedicarem à campanha eleitoral, nos últimos dias à reflexão e depois para estarem também livres e dispostos para irem às mesas de voto. Este foi o nosso objetivo e foi concretizado”, disse o bispo, após reunir-se em Luanda com o governador da província, general Higino Carneiro.

Apesar de a peregrinação, um dos mais importantes eventos promovidos pela Igreja Católica angolana, decorrer agora um mês mais cedo, em face da previsão das eleições gerais em Angola serem agendadas para o final de agosto, o bispo Joaquim Ferreira Lopes garante que tudo vai decorrer “sem constrangimentos”.

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“Agora podemos organizar, da nossa parte, sem qualquer problema para a sociedade civil”, disse, após a reunião na sede do governo provincial de Luanda, que assegura anualmente o apoio logístico a esta peregrinação até à vila da Muxima, junto ao rio Kwanza.

Aquela vila foi ocupada pelos portugueses em 1589, que dez anos depois construíram uma fortaleza e a igreja de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como “Mamã Muxima”, que na língua nacional quimbundu significa “coração”.

O atual templo tem apenas capacidade para 600 pessoas sentadas, insuficiente, por exemplo, para a peregrinação anual, que movimenta mais de um milhão de fiéis, que chegam ao santuário a pé, de carro, autocarro e até de barco.