Se a influência de Ivanka Trump na Casa Branca já era notória, o seu irmão Eric deu agora mais uma ajuda a reforçar essa reputação. O terceiro filho de Donald Trump, numa entrevista ao britânico The Telegraph, garante que a sua irmã terá sido determinante na decisão do presidente norte-americano em lançar mísseis contra uma base militar na Síria na quinta-feira da semana passada, em resposta a um ataque químico do regime de Bashar al-Assad poucos dias antes. “Tenho a certeza disso”, adiantou Eric Trump.
Ao jornal, Eric explica como a irmã se movimenta nos corredores da Casa Branca. “Ivanka está ao lado dele em Washington. Não está envolvida em tudo, por isso, entra e sai com assuntos que lhe interessam genuinamente. Mas, quando se tem acesso frequente a um determinado nível de poder, e isso vê-se nos negócios também, muitas pessoas vão dizer ‘sim’ só porque estão a falar com o ‘chefe'”. E a irmã Ivanka, reforça, “nunca tem medo de dizer não”, por isso tem uma influência positiva sobre o pai.
Eric justifica a sua convicção: “Ivanka é mãe de três crianças e tem influência. De certeza que ela lhe disse: ‘isto é horrível'”, aludindo ao ataque com armas químicas que terá matado pelo menos 87 pessoas, entre as quais mais de 30 pessoas, na Síria. A própria Ivanka reagiu publicamente, através da sua conta no Twitter, ao ataque químico aéreo lançado na província de Idlib. “Estou indignada e de coração partido com as imagens que chegam da Síria após o atroz ataque químico” lançado no início da semana passada, escreveu.
Heartbroken and outraged by the images coming out of Syria following the atrocious chemical attack yesterday.
— Ivanka Trump (@IvankaTrump) April 5, 2017
E, dois dias depois, manifestou o seu apoio à atitude de Donald Trump. “Os tempos que vivemos exigem decisões difíceis. Estou orgulhosa do meu pai por se recusar a aceitar estes crimes hediondos contra a humanidade”, comentou.
The times we are living in call for difficult decisions – Proud of my father for refusing to accept these horrendous crimes against humanity https://t.co/yV0oJuC9dE
— Ivanka Trump (@IvankaTrump) April 7, 2017
Aliás, uma das virtudes que o jovem empresário destaca na família Trump é a dinâmica um pouco diferente que vivem: “De vez em quando pudemos puxar alguém para o lado e dizer: ‘sem faltar ao respeito, mas talvez possas pensar sobre isto… ou talvez tenhas pisado o risco aqui…”, explica Eric. “Penso que dá um sinal um pouco mais fora do comum do que ter 37 pessoas sentadas à volta de uma mesa com a única preocupação de agradar.”
Ao jornal, o terceiro filho de Donald Trump admitiu ainda estar convicto de que o presidente dos EUA não se ficará por aqui. “O meu pai vai agir em tempos assim. Aliás, há dois anos ele era contra fazer qualquer coisa contra a Síria. Mas depois o líder de um país decide gasear o seu próprio povo, mulheres e crianças…” Uma imagem que, assegura, “afetou profundamente” o seu pai, ao ver tantas crianças feridas e em sofrimento depois de serem atingidas com armas químicas. “Foi horrível. Estes tipos são uns selvagens, ainda bem que o meu pai reagiu desta maneira.”
A certa altura, a América tem de agir como a superpotência e líder global que é, avançar e agir. Ele conseguiu-o com o apoio dos nossos aliados e penso que isso é um grande feito”, confessou EricTrump ao TheTelegraph.
Uma conselheira (cada vez mais) ativa na Casa Branca
Com 33 anos, Eric Trump assumiu a gestão do império imobiliário do pai juntamente com o irmão mais velho Donald Jr. Ao contrário da irmã Ivanka, Eric não tem um gabinete na Casa Branca, não participa em atividades da administração Trump e quer manter-se longe da política, confidenciou na mesma entrevista, que decorreu no resort de golfe de Turnberry, em Ayrshire, na Escócia.
Já a irmã — tal como o seu marido, Jared Kushner, um dos homens de confiança de Donald Trump — tem mantido um papel bem ativo junto do presidente norte-americano nos últimos três meses. Mesmo não sendo remunerada pelas funções de conselheira, Ivanka Trump tem acompanhado o pai em visitas e encontros oficiais, até mesmo com outros chefes de Estado — como aconteceu recentemente com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, ou com a chanceler alemã, Angela Merkel.
E, durante a visita do presidente da China aos Estados Unidos, também na última semana, contou com uma participação especial de dois dos três filhos: Arabella e Joseph cantaram em mandarim para Xi Jinping e a mulher, Peng Liyuan, num encontro social no resort de Mar-a-Lago. Um momento que também partilhou com os seus seguidores.
Very proud of Arabella and Joseph for their performance in honor of President Xi Jinping and Madame Peng Liyuan's official visit to the US! pic.twitter.com/fu3RIh26UO
— Ivanka Trump (@IvankaTrump) April 7, 2017